Categoria Geral  Noticia Atualizada em 17-01-2015

Volta às aulas: a caneta tem maior carga de impostos
Os pesados tributos podem dificultar o acesso à educação
Volta às aulas: a caneta tem maior carga de impostos
Foto: new.d24am.com

Levantamento feito pelo Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT), cujos dados abastecem o Impostômetro, divulgado pela Associação Comercial de São Paulo, revela a carga tributária embutida nos produtos relacionados com a volta às aulas.

Entre os itens analisados, o que possui maior carga é a caneta: do preço final, 47,49% são impostos. Já a régua tem 44,65% de impostos. A agenda escolar, o apontador e a borracha apresentam, cada um, 43,19% de taxas em impostos.

Apesar de não fazerem parte dos itens de material escolar, mas que acabam entrando na lista da volta às aulas, os impostos também pesam bastante na vestimenta dos alunos: as cargas tributárias do tênis nacional e do importado são de 44% e 58,59%, respectivamente; e roupas têm 34,67% de impostos.

Desde o dia 1º de janeiro que a nova lei obrigando as lojas a descriminarem na nota fiscal o valor dos impostos referente ao produto comprado entrou em vigor, porém alguns estabelecimentos da capital baiana não cumprem o que determina a legislação. A Lei Federal 12.741 de 2012 estabelece o dever de informação sobre tributos incidentes em notas fiscais.

A lei diz que a informação deve constar de forma legível, porém nem todos os estabelecimentos cumprem. Conforme o último estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), no ano passado, cada brasileiro pagou em média R$ 9 mil em tributos federais, estaduais e municipais. De acordo com cálculos do IBPT, o cidadão brasileiro paga o equivalente a cinco meses de trabalho só de impostos.

De acordo com o presidente executivo do IBPT, João Eloi Olenike, o consumidor deve cobrar das autoridades providências para a desoneração desses produtos. "A alta carga tributária sobre itens como a caneta, lápis e caderno, indispensáveis na volta às aulas, é um dos fatores que podem dificultar o acesso do brasileiro à educação", explica. Até mesmo o livro não escapa, sendo que quase 16% do seu preço vai para o fisco.

O Impostômetro, que apresenta o valor total de impostos pagos pelos brasileiros e destinados à União, aos Estados e aos municípios, alcançou, em dezembro, R$ 1,8 trilhão. O total foi considerado um recorde, segundo a Associação Comercial de São Paulo, criadora do painel.

Fonte: new.d24am.com
 
Por:  Desirée Duque    |      Imprimir