Categoria Geral  Noticia Atualizada em 17-01-2015

Aprovado reajuste de 10,7% e tarifa do transporte sobe para
O Conselho Municipal de Transporte da capital aprovou o reajuste da tarifa do transporte público para R$ 3,10. O valor final a ser pago pelos usuários e a data que passará a vigorar depende de sanção do prefeito de Cuiabá em exercício, Rogério Galo, ou do
Aprovado reajuste de 10,7% e tarifa do transporte sobe para
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Segundo a planilha de custos elaborada pela MTU, a nova tarifa deveria ser de R$ 3,23. Mesmo estando abaixo do montante pleiteado, o preço estabelecido na manhã de ontem agradou o setor, mas contrariou os usuários. Embora o aumento de R$ 2,80 para R$ 3,10 seja de 10,7%, a prefeitura justifica que o reajuste é de 5,4%, uma vez que leva-se em consideração o valor de R$ 2,94, aprovado para a tarifa em vigor no ano passado. Na época, uma auditoria da prefeitura, Ministério Público do Estado e câmara demonstrou que a população era lesada e o prefeito Mauro Mendes decidiu compensar o valor cobrado a mais no ano de 2013 e sancionou a tarifa no valor de R$ 2,80. O ressarcimento total aos usuários foi de R$ 11 milhões, em decorrência do desconto de R$ 0,14, por passagem. Quanto aos R$ 3,10 estabelecidos para 2015, o presidente da MTU, Ricardo Caixeta, comenta que está baixo do valor demonstrado na planilha, mas reforça que foi aprovada uma lei no final do ano passado que prevê a isenção de ICMS do combustível utilizado pelas empresas de transporte público. Com esse aporte, a nova tarifa cobre os gastos gerais. "Ainda não estamos pagando menos pelo óleo diesel, mas acreditamos que em breve esteja tudo regulamentado pelo governo". Durante a reunião do Conselho Municipal de Transporte, o presidente da entidade e secretário Municipal de Mobilidade Urbana, Thiago França, também destacou a isenção do ICMS. Apesar das justificativas, a população não concordou com a majoração. Em geral, os usuários reclamam da falta de ar-condicionado nos ônibus, número insuficiente de veículos para atender adequadamente toda demanda, especialmente nos horários de pico, precariedade de alguns carros que quebram durante as viagens, irregularidade da frequência, entre outras pontuações. A estudante Juliane Oliveira da Silva, 23 anos, relata que gasta quatro passagens por dia para chegar à escola e ao trabalho e o novo valor vai prejudicar o orçamento no final do mês. Para ela, o valor cobrado não condiz com a qualidade do serviço prestado à população. Aguardando por mais de 20 minutos o ônibus que a levaria para casa no bairro Três Barras, a estudante comenta que os atrasos são frequentes. Entende que um preço justo pelo serviço oferecido aos usuários seria de R$ 2,50, mesmo valor defendido pela dona de casa Rosiane da Cruz Silva, 27. "Estou desempregada, então não uso ônibus com frequência. Mas não concordei com o aumento". Para o estudante José Luiz Souza, 16, o prefeito Mauro Mendes deveria mais uma vez interferir no valor e impedir o aumento. Frisa que ônibus é um transporte destinado para a população e, por isso, deveria ter um preço acessível e popular. "Se fosse um serviço de qualidade, com ônibus climatizados e mais veículos para atender todo mundo, até entenderíamos. Mas não é assim. Todo mundo que anda de ônibus sabe disso". O pai do adolescente, José Luiz, também reclama do número insuficiente de ônibus, o que resulta em longas esperas nos pontos de ônibus. O aumento vai pesar para Maria Valdecir Jesus, 43, que paga seis passagens por dia para uso próprio e ainda tem que arcar com os trechos utilizados pelos dois filhos. "Acaba ficando caro no fim do mês, mas sabemos que não adianta só reclamar. Espero que mais uma vez as pessoas se unam e protestem contra isso. Hoje, só conseguimos alguma coisa no grito, pedir não resolve". Maria Valdecir cita que a rotina de quem depende de ônibus é humilhante, uma vez que a maioria das viagens precisa ser feita em pé, em espaço apertado, diante da quantidade de passageiros dentro do ônibus. "Quando chove, fica tudo molhado". A doméstica Zeferina Paraia Xavier, 44, tem reclamações semelhantes a de Maria Valdecir. Moradora do bairro Pedra 90, ela depende do transporte público diariamente para trabalhar no Despraiado e, na maioria das vezes, a viagem toda é feita em pé, com ônibus lotado. "Sem contar o tanto de vezes que o carro quebra e temos que mudar de veículo. Muitas vezes os motoristas não param, é sempre um transtorno". Justiça - também contrário ao aumento, o vereador Dilemário Alencar afirma que vai entrar com ação judicial para cancelar o resultado da reunião do Conselho Municipal de Transportes. Ele é autor de Emenda à Lei Orgânica do Município de Cuiabá que obriga o executivo municipal a divulgar a planilha do cálculo tarifário no portal transparência da Prefeitura e em jornais de grande circulação para conhecimento da população. E justifica que a planilha não foi divulgada no Portal Transparência. Reunião - segundo a prefeitura, 12 dos 17 conselheiros participaram da reunião que determinou o novo valor da tarifa. Estiveram presentes representantes da associação dos transportadores urbanos, da associação das empresas, dos trabalhadores do transporte terrestre, do transporte alternativo, dos mototaxistas, dos taxistas, da Fecomércio, dos usuários, da Ucam e das secretarias de Assistência Social, de Obras Públicas e de Ordem Pública. Do total de conselheiros, onze votaram favoráveis ao reajuste e apenas um votou contra o valor apresentado na planilha de cálculo.

Fonte: www.sonoticias.com.br
 
Por:  Desirée Duque    |      Imprimir