Categoria Geral  Noticia Atualizada em 22-01-2015

Aumento faz Selic alcançar maior patamar desde julho de 2011
Copom justifica que decisão é para conter a inflação e sinalizou que, em março, taxa deve subir mais 0,25 ponto percentual
Aumento faz Selic alcançar maior patamar desde julho de 2011
Foto: www.em.com.br

O Banco Central aumentou ontem em 0,5 ponto percentual os juros básicos, que passaram para 12,25% ao ano, maior patamar desde julho de 2011. A decisão tomada pelo Comitê de Política Monetária (Copom) visa conter a inflação, que vai subir nesse início de ano, influenciada pelo aumento de impostos e reajuste de tarifas públicas.

Com o comunicado feito após a reunião, o BC deixou as portas abertas para reduzir o ritmo de alta da Selic para 0,25 ponto percentual em março e, com isso, encerrar o processo de aperto monetário. Se esse quadro se confirmar, os juros devem ser mantidos em 12,5% até o fim do ano. A alta dos juros, contudo, vai na contramão da política adotada pela maior parte das autoridades monetárias, que está cortando o custo dos empréstimos.

Ontem, por exemplo, o Canadá promoveu uma redução de 0,25 ponto percentual. Somente Mongólia e Bielorrúsia elevaram o preço do dinheiro no primeiro mês do ano. O pacote de alta de juros, de impostos e de preços administrados que compõem o saco de maldades do governo pretende corrigir as distorções criadas quando foi leniente com a inflação e deixou de atrair investimentos para o país.

Mesmo com o baixo crescimento da economia, o Banco Central se viu obrigado a aumentar juros para combater a disparada no custo de vida. Entre os analistas, está consolidada a aposta de que a carestia, no primeiro trimestre de 2015, deve superar 2,25%, percentual que corresponde a metade da meta, de 4,5%. Além disso, muitos projetam que ao fim do ano a inflação terminará em 7%, 0,5 ponto percentual acima do teto, de 6,5%.

Expectativas

No mercado, os especialistas avaliaram que, com o comunicado divulgado, o Banco Central tentou ganhar tempo para analisar os principais indicadores econômicos dos primeiros meses do ano antes sinalizar se manterá o processo de alta de juros. Para a economista-chefe da ARX Investimentos, Solange Srour, a autoridade monetária emitiu sinais divergentes entre a reunião do Copom de dezembro e o relatório de inflação no fim daquele mês.

A Federação das Indústrias de Minas Gerais (Fiemg) criticou a nova alta dos juros em seguida ao pacote de aumento de impostos anunciado pelo ministro da Fazenda, Joaquim Levy. "Os juros e os impostos aumentaram a fim de ajudar o governo a cumprir sua meta fiscal, mas qual é o real esforço do governo na contenção do custeio da máquina pública? Os cortes de orçamento dos ministérios não podem ser usados como resposta, pois provavelmente eles incidirão muito mais nos investimentos", criticou a instituição, em nota. Para o presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL-BH), Bruno Falci, as medidas de controle de inflação deveriam ser menos onerosas para o setor produtivo e também para os consumidores. "O resultado da combinação de juros e inflação em alta acabou desacelerando o ritmo do consumo em todo o país", afirmou. (Colaborou Marta Vieira)

Fonte: www.em.com.br
 
Por:  Ludyanna Ferreira    |      Imprimir