Categoria Geral  Noticia Atualizada em 22-01-2015

Acordo de delação limita prisão de Youssef
Doleiro vai devolver dinheiro e bens obtidos ilegalmente. Em depoimento, Youssef cita envolvimento de parlamentares no esquema de corrupção.
Acordo de delação limita prisão de Youssef
Foto: g1.globo.com

A Justiça divulgou nesta quarta-feira (21) os detalhes do acordo de delação premiada do doleiro Alberto Youssef, preso na Operação Lava Jato. O doleiro vai cumprir pena de até cinco anos e devolver dinheiro, carros e um hotel obtidos ilegalmente.

O acordo de delação premiada do doleiro Alberto Youssef foi homologado pelo ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal. No documento, o ministro afirma que existem elementos que indicam o possível envolvimento de várias autoridades - inclusive parlamentares federais - nos crimes investigados na Operação Lava Jato.

Alberto Youssef prestou mais de cem horas de depoimentos aos delegados e procuradores federais. No acordo ele se comprometeu a não cometer mais crimes. E poderá, se quiser, ser incluído no Programa Federal de Proteção.

Alberto Youssef deverá cumprir pena em regime fechado por no mínimo três e no máximo cinco anos. Ele está preso desde o dia 17 de março do ano passado. E este tempo será levado em conta no cumprimento da pena.

Além de indicar autores, coautores e participantes das diversas organizações criminosas investigadas pelos delegados e procuradores federais, Youssef se comprometeu a fornecer documentos e outras provas das transações entre os acusados.
O Ministério Público Federal terá acesso a todos os dados da movimentação financeira do doleiro no exterior, inclusive de contas que não estejam em nome de Youssef - como por exemplo, as de offshores e de familiares.

Alberto Youssef abriu mão de bens que foram comprados com dinheiro de origem criminosa. Entre eles parte de um hotel em Londrina, no Paraná e carros de luxo. Ele também renunciou a quase R$ 1,9 mil e a U$ 20 mil apreendidos em uma das empresas de fachada que ele usava para lavar dinheiro. O doleiro se comprometeu a abrir mão de valores que estão em contas bancárias e de investimentos no Brasil e no exterior.

Alberto Youssef terá que cooperar com a análise de documentos, de provas, além de reconhecer testemunhas e auxiliar os peritos. E não poderá mais se manter calado em interrogatórios e depoimentos. Ele deve ser ouvido logo. No dia 02 de fevereiro começam os depoimentos em processos que apuram a participação de empreiteiras nas fraudes na Petrobras.

Fonte: g1.globo.com
 
Por:  Ludyanna Ferreira    |      Imprimir