Categoria Geral  Noticia Atualizada em 27-01-2015

Rio de Janeiro tem 13º caso de bala perdida em dez dias
Especialistas defendem revisão nas operações de segurança
Rio de Janeiro tem 13º caso de bala perdida em dez dias
Foto: jb.com.br

Rafael Sales Silva, de 16 anos, é a 13ª vítima de bala perdida no Rio de janeiro em dez dias. Ele foi baleado no Complexo do Alemão, Zona Norte do Rio, na noite de segunda-feira (26), e deu entrada no Hospital Estadual Getúlio Vargas, na Penha. Ele teria sido ferido durante confronto de policiais com criminosos. De acordo com a Secretaria Estadual de Saúde, ele foi baleado nas costas, passou por uma cirurgia e está em observação.

De acordo com testemunhas, Rafael soltava pipa com amigos quando ocorreu a troca de tiros. Em nota, a polícia informa que os PMs da UPP local foram recebidos a tiros por criminosos e revidaram, dando início ao confronto. Todos os suspeitos fugiram em seguida e o policiamento foi reforçado na comunidade. "Cabe esclarecer que nenhuma base da UPP foi atacada pelos criminosos. As armas dos policiais foram apreendidas pela Polícia Civil. O comando da UPP Fazendinha determinou a abertura de uma averiguação sumária", destacou o comunicado da CPP.

Bala perdida: especialistas defendem revisão nas operações de segurança

O secretário de Segurança do estado, José Mariano Beltrame, informou que com exceção de Adriene Solan do Nascimento, de 21 anos, moradora da Rocinha, comunidade da Zona Sul da cidade, a Polícia Militar não tem participação nos recentes casos de bala perdida. "Essas balas perdidas foram, na maioria das vezes, provocadas por traficantes. Não foi em confronto a polícia, com exceção desse caso agora da Rocinha. Isso é da natureza dessa verdadeira nação de criminosos que se criou no Rio de Janeiro. Digo uma nação porque são pessoas que tem uma ideologia de facção, pessoas que te um desapego e uma irresponsabilidade total pela vida humana" disse o secretário Beltrame em entrevista.

No entanto, a pesquisadora da Justiça Global, Juliana Farias, afirmou que os casos de bala perdida após serem levados à perícia retornam como sendo "inconclusivos". "A maior parte dos casos tratados como "bala perdida" são casos de pessoas que foram atingidas por disparos de arma de fogo efetuados por agentes da própria PMERJ (às vezes da PCERJ), durante incursões e operações em favelas e periferias – territórios que são alvo de políticas de segurança pública marcadas pela lógica bélica e pelo racismo", disse Juliana.

Fonte: jb.com.br
 
Por:  Ludyanna Ferreira    |      Imprimir