Conselho estuda obrigar reprovados a prestar contas anualmente a partir de 2016
Foto: www.olhardireto.com.br Dois em cada três (67%) recém-formados em medicina em São Paulo não acertaram o diagnóstico de pneumonia em um bebê de seis semanas no exame do Cremesp (Conselho Regional de Medicina de São Paulo).
Braulio Luna Filho, presidente do Cremesp, afirma que a dificuldade dos novos profissionais ter consequências graves.
— Eram questões simples. A pneumonia por Chlamydia é a infecção mais comum nessa faixa etária. Não é uma doença rara. Se não for tratada corretamente, pode se agravar para um quadro mais grave, com derrame. E até levar a criança ao óbito.
O resultado da prova foi divulgado nesta quinta-feira (29): dos 2.891 egressos de escolas médicas paulistas que passaram pela prova,55% não conseguiu atingir o porcentual mínimo de acertos, de 60%.
Outra fato que chamou a atenção é que quase metade (47%) também não responderam corretamente pergunta sobre como atuar diante de um jovem ferido a faca. Luna Filho afirma que essa é uma situação com a qual muitos podem se deparar.
— A maioria dos recém-formados não vai trabalhar em um consultório da Avenida Paulista. Muitos vão fazer plantões em prontos-socorros de hospitais em regiões periférica. Esses casos de vítimas de facadas não são raros nesses locais.
O exame do Cremesp é diferente do exame da OAB: aprovados ou não, os recém-formados recebem o registro médico de podem atuar. A única exigência é que o novo profissional não tenha faltado na prova. Luna Filho defende mudança na legislação.
— Há projeto no Congresso para que a aprovação se torne obrigatória. Queremos que vire lei. Mas, por enquanto, o que temos de fazer é intensificar a nossa fiscalização com base nas denúncias feitas pela população.
O presidente do Cremesp afirma que o órgão estuda também obrigar, a partir de 2016, os recém-formados que não passarem em seu exame a prestar contas anualmente conselho.
— Essa é uma medida que só depende de nós: se o conselho convoca, o médico tem de vir prestar contas. Nossa ideia é acompanhar anualmente os reprovados para saber se estão se aprimorando, fazendo residência etc. Vamos debater a proposta com todo o conselho para fazê-la valer a partir do próximo ano.
Luna Filho pede também que as universidade endureçam a avaliação de seus alunos para evitar a formação de profissionais mal capacitados.
— Há faculdades com grandes problemas de estrutura. Sem hospitais, com poucos professores qualificados. Nas classes, há grande número de estudantes. A avaliação não pode ser mais igual à da década de 1970, quando um quadro de grandes professores acompanhava quase individualmente os alunos. A estrutura de ensino mudou e a avaliação também precisa mudar. Precisa ser mais rígida.
Fonte: www.olhardireto.com.br
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