Categoria Geral  Noticia Atualizada em 30-01-2015

"Não estamos na iminência de racionamento" no RJ, diz secret
André Corrêa visitou reservatório de nascente do Rio Carioca. "Ideia é criar estímulo para quem economizar", disse.

Foto: g1.globo.com

O secretário estadual do Meio Ambiente do Rio de Janeiro, André Corrêa, disse nesta sexta-feira (30), durante uma visita a Caixa da Mãe D´água, reservatório no Parque Nacional da Tijuca, que o estado não está na iminência de um racionamento de água. A vistoria feita pela secretaria ocorreu perto da nascente do Rio Carioca, córrego que historicamente abasteceu a cidade no período colonial, e que hoje conta com pontos de assoreamento e degradação. Para André Corrêa, agora é o momento de focar em medidas alternativas.
"Nós não estamos na iminência de racionamento. Se começar a [pensar] assim, as pessoas vão começar a fazer reserva desnecessariamente. Aí, o cara começa a acumular baldes, ao invés de ajudar atrapalha", argumentou.

Negociação com a ANA
Apesar da afirmativa, Corrêa disse que o racionamento não está de fato descartado e que depende da Agência Nacional de Águas (ANA) para definir as próximas medidas. O Rio Paraíba do Sul, que corta os estados de Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais, é de gestão federal e também a fonte de abastecimento do Rio Guandu, que abastece a Região Metropolitana do Rio. Segundo o secretário, a vazão máxima de água que sai do Paraíba do Sul para o Rio Guandu é de 250 m³ e a mínima era de 190 m³. Atualmente, segundo ele, a vazão mínima já foi rebaixada para 140m³ e a ANA tinha a intenção de rebaixar ainda mais.
"A ANA queria propor 110m³. A gente entende o problema de São Paulo, a gente é brasileiro, quer ajudar, mas estamos discutindo essa questão. A gente vai convencer a ANA que isso não é adequado, vamos trabalhar para manter do jeito que está. Até agora nós conseguimos nos entender, não tem porque não continuar", comentou ele, que confirmou que a agência nacional faz controles semanais da vazão dos rios.
Questionado sobre uma possível sobretaxa para consumidores, o secretário disse que sempre defendeu uma política de uso eficiente dos recursos hídricos, independente do momento de crise. Segundo ele, a ideia é criar um estímulo para quem economizar.
"A parte mais sensível do ser humano é o bolso. Cansei de apanhar no Facebook sobre isso, então eu vou explicar: quando se fala em sobretaxa, é sobretaxa e bônus. Sobretaxa para quem é gastão e bônus para quem economiza", afirmou.
Nascentes no Parque Nacional da Tijuca
Uma das principais propostas da secretaria é investir em ofertas hídricas na cidade e no estado. Por isso, após a vistoria no Rio Carioca, o secretário falou da intenção de estudar melhor os mananciais do Parque Nacional da Tijuca para ajudar no abastecimento do resto do município. O assunto foi debatido com Ernesto Viveiro, chefe do parque, sobre a recuperação do córrego, que desde até a Baía de Guanabara.
"O parque é um celeiro de água e tem várias minas que abastecem várias comunidades. Eu vou fazer uma reunião com o pessoal da Cedae, de esgoto e de água, para fazer um balanço hídrico sobre os manaciais do parque. É só uma ideia, mas isso vem de encontro com o que eu quero, aumentar a oferta hídrica de fontes que não sejam do Rio Guandu", disse.
As outras medidas estudadas pela secretaria para afastar a possibilidade de racionamento são: investir na construção de barragens em rios do interior do estado, persistir na política de reúso com o setor industrial e promover a conscientização para o uso moderado da água doméstica.

Fonte: g1.globo.com
 
Por:  Desirée Duque    |      Imprimir