Categoria Geral  Noticia Atualizada em 09-02-2015

Preço sobe em ritmo menor, mas alugar imóvel ainda é mais va
Especialista alerta, porém, que adquirir casa compensa se grana ficar parada no banco
Preço sobe em ritmo menor, mas alugar imóvel ainda é mais va
Foto: noticias.r7.com

O que é mais vantajoso: comprar ou alugar um imóvel? Os economistas costumam dizer que, se você tiver um bom dinheiro guardado para dar como entrada, a compra da casa própria é sempre a melhor opção. Afinal, você sempre gastará algum dinheiro com moradia.

Mas o cenário econômico em 2015 está colocando essa máxima em xeque. Como o preço dos imóveis está subindo em ritmo menor e abaixo da inflação, e como a alta dos juros encareceu o acesso ao crédito, alugar um imóvel pode agora ser mais vantajoso.

O aluguel ainda é atraente para os consumidores pois, para comprar uma casa, é preciso pagar uma parcela considerável do total negociado e, na maioria das vezes, financiar o restante com juros, explica o economista Bruno Oliva, da Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas).

— Do ponto de vista econômico, o aluguel é melhor porque esse dinheiro pago à vista, na hora da compra, poderia ser colocado no banco em alguma aplicação rentável. Como os imóveis estão se valorizando menos do que a inflação, eles são menos rentáveis agora.

Para comprovar a tese, o economista cita o último índice FipeZap, que mostrou uma alta média de 6,29% no valor dos imóveis em 12 meses. Esse crescimento foi menor do que a inflação oficial, que fechou o ano passado em 6,41%.

Assim, uma pessoa que investiu R$ 100 mil na compra de um imóvel viu que seu imóvel passou a valer, em média, pouco mais de R$ 106,2 mil nos últimos 12 meses. Se ele tivesse aplicado esse dinheiro em um Fundo de DI, teria guardado aproximadamente R$ 111 mil — ou seja, R$ 4.800 a mais.

O aluguel fica ainda mais atraente ao se analisar o IGP-M (Índice Geral de Preços – Mercado), indicador usado para reajustar a maioria dos contratos de aluguel. Esse índice acumulou alta de 3,69%, atingindo a menor taxa desde 2009.

Assim, quem mora num imóvel de outra pessoa viu a parcela do aluguel subir menos do que a inflação no último ano. Um aluguel de R$ 1.000 que venceu em janeiro, por exemplo, teve reajuste de modestos R$ 36,90.

Flavio Figueiredo, engenheiro civil e diretor da empresa Figueiredo & Associados, lembra que a compra requer gastos extras com decoração e personalização, escritura e comissão da corretagem.

— Todos esses gastos com decoração e burocracia são muito pesados pensando num cenário de curto prazo. Para decidir se deve ou não comprar, o interessado deve levar em conta fatores pessoais, além dos econômicos.

Desde janeiro, a compra da casa própria financiada ficou mais pesada no bolso do brasileiro, já que os juros do financiamento imobiliário da Caixa, líder no segmento com participação de mercado próxima de 70%, subiram em janeiro.

Vantagem da compra

O especialista da Figueiredo & Associados discorda, porém, quando fala sobre as vantagens do aluguel. Para ele, muitas pessoas se enganam ao usar os rendimentos de uma aplicação para pagar o aluguel e deixam de lado a compra da casa própria. Para não cometer esse erro, ele sugere uma análise de longo prazo.

— Conheço pessoas que se arrependeram após aplicar um montante considerável em investimentos conservadores em vez de comprar uma casa. Se você colocar R$ 500 mil numa aplicação conservadora, sabe que esse dinheiro é suficiente para comprar uma casa hoje.

Daqui a dez anos, porém, o mesmo montante pode não ser suficiente para adquirir um imóvel, diz.

— Isso acontece, por exemplo, quando os rendimentos que fariam o investimento crescer são gastos com aluguel e não incorporados no total aplicado. Só vale a pena aplicar se a pessoa tem um perfil de investidor mais agressivo e acompanha o mercado.

Mercado

Oliva explica que, nos últimos dez anos, o valor dos imóveis aumentou muito porque o mercado de trabalho estava aquecido, fato que elevou a renda da população. Também houve uma liberação maior de crédito, com contratos de financiamentos imobiliários passando de 20 para 30 anos a partir de 2011.

O economista também aponta uma mudança demográfica que influenciou os preços porque mais pessoas começaram a formar novas famílias. Mas o cenário agora é outro.

— Agora estamos em um momento oposto porque naturalmente, depois de uma alta prolongada, o mercado acaba vivendo uma acomodação e os preços começam a subir menos. Além disso, existe um pessimismo grande quanto ao desempenho da economia do Brasil neste ano.

Figueiredo também é enfático ao apontar a influência do desempenho econômico do País no setor imobiliário.

— Enquanto a economia andar de lado, os preços vão continuar andando de lado.

Fonte: noticias.r7.com
 
Por:  Desirée Duque    |      Imprimir