Categoria Geral  Noticia Atualizada em 10-02-2015

Ucrânia. Obama ameaça dar armas a Kiev se falhar a diplomaci
Rússia recusa ultimatos de Angela Merkel a Vladimir Putin, acusa Estados Unidos e União Europeia pelo conflito e a conferência prevista para amanhã em Minsk está em risco
Ucrânia. Obama ameaça dar armas a Kiev se falhar a diplomaci
Foto: www.ionline.pt

A Europa está no fio da navalha com o conflito ucraniano e a guerra pode estalar a qualquer momento. O dia de ontem não aliviou a tensão entre o Ocidente e a Rússia. Antes pelo contrário. Obama foi claro ao admitir a entrega de armas à Ucrânia se a diplomacia falhar. Merkel, que se deslocou a Washington para apresentar o plano de paz franco-alemão ao presidente americano, diz que se a União Europeia falhar na Ucrânia é a paz na Europa que está em causa. E no Egipto, no meio de uma visita que termina hoje, Vladimir Putin apontou o dedo aos que acreditam ser os vencedores da Guerra Fria e querem impor a sua vontade em todos os lugares. Com a tensão ao rubro, a conferência de Minsk marcada para amanhã está em risco. E isto porque Moscovo não aceita os ultimatos de Merkel a Putin e Berlim só aceita ir à Bielorrússia se houver possibilidades de acordo. Algo difícil, com os separatistas a recusarem recuar das posições conquistadas e a mobilizar 100 mil voluntários para os combates contra Kiev (ver peça ao lado).

ARMAS PARA KIEV Vamos aos episódios de ontem na guerra da Ucrânia. O Presidente dos Estados Unidos, Barack Obama considerou que a Rússia "não pode redesenhar as fronteiras da Europa pela força das armas". "Continuamos a encorajar uma solução diplomática para esta questão", disse Obama ao lado de Merkel. "Enquanto prosseguem esta semana os esforços diplomáticos, estamos absolutamente de acordo que o século xxi não pode ficar sem reacção e simplesmente permitir que as fronteiras da Europa sejam redesenhadas pela força das armas", salientou.

Obama indicou que os Estados Unidos ainda não decidiram se vão fornecer armas a Kiev. A entrega "de armamento defensivo é uma das opções a considerar. Mas ainda não tomei uma decisão", disse Obama.

Já a chanceler alemã optou antes por considerar que a "paz na Europa" está em jogo no conflito ucraniano, caso seja questionado o princípio de integridade territorial do velho continente.

PUTIN CONTRA-ATACA As respostas da Rússia vieram do Médio Oriente. O presidente russo, Vladimir Putin, em declarações ao diário egípcio "Al Ahram", acusou os Estados Unidos e os seus aliados de terem provocado a crise na Ucrânia com as tentativas de "imporem a sua vontade em todos os lugares".

A crise ucraniana "é resultado das tentativas dos Estados Unidos e seus aliados ocidentais, que acreditam serem vencedores da Guerra Fria, de imporem a sua vontade em todos os lugares", disse Putin, numa entrevista em vésperas da sua visita oficial ao Egipto, que começou ontem e acaba hoje.

"Em repetidas ocasiões alertámos os Estados Unidos e os seus sócios ocidentais para as consequências nefastas da intromissão nos assuntos internos da Ucrânia", disse o chefe do Krem-lin. Putin insistiu que a condição fundamental para estabilizar a situação no Leste da Ucrânia é a suspensão imediata das hostilidades, em particular da "chamada operação antiterrorista do exército ucraniano, que não é mais que uma operação punitiva".

MOSCOVO RECUSA ULTIMATO Na capital russa, um porta-voz do presidente russo, Vladimir Putin, rejeitou qualquer ultimato. "Ninguém nunca falou nem pode falar com o presidente num tom de ultimato, por muito que o queira", disse o porta-voz da presidência russa, Dmitri Peskov, comentando notícias da imprensa norte-americana segundo as quais a Alemanha ameaçou Moscovo com novas sanções se não aceitar um plano de paz para a Ucrânia até amanhã. Sanções que foram ontem aprovadas pelos ministros dos Negócios Estrangeiros da União Europeia mas que só entram em vigor na próxima segunda-feira.

CONFERÊNCIA EM RISCO Sensivelmente à mesma hora, em Bruxelas, o ministro dos Negócios Estrangeiros alemão, Frank-Walter Steinmeier, afirmava à imprensa que a cimeira de paz anunciada no fim-de-semana para amanhã em Minsk "ainda não é certa", dado haver muito trabalho a fazer para que o acordo seja possível. "Esperamos que os pontos em aberto possam ser fechados, mas, tenho de repetir, ainda não é certo", disse Steinmeier sobre a cimeira entre dirigentes da Alemanha, da França, da Rússia e da Ucrânia.

Com Lusa

Fonte: www.ionline.pt
 
Por:  Desirée Duque    |      Imprimir