Categoria Geral  Noticia Atualizada em 16-02-2015

Prefeituras destacam prevenção na Folia
Os dias de Folia aumentam o alerta sobre a importância do uso de preservativos para prevenir DSTs (Doenças Sexualmente Transmissíveis), Aids ou até mesmo gravidez indesejada. Dados recentes divulgados pelo Ministério da Saúde mostram que 750 mil pessoas v
Prefeituras destacam prevenção na Folia
Foto: dgabc.com.br

Os dias de Folia aumentam o alerta sobre a importância do uso de preservativos para prevenir DSTs (Doenças Sexualmente Transmissíveis), Aids ou até mesmo gravidez indesejada. Dados recentes divulgados pelo Ministério da Saúde mostram que 750 mil pessoas vivem com o vírus HIV no Brasil. Desse total, 150 mil não sabiam ser portadoras do vírus. Para reforçar o recado, as cidades da região aproveitam o período e realizam campanhas de alerta para a conscientização dos foliões.

Em ação educativa que ocorreu no dia 7, o tradicional Bloco da Saúde de Santo André abriu os trabalhos de orientação na região com a distribuição de aproximadamente 14 mil preservativos, entre masculinos e femininos, além de material educativo. Os integrantes do Núcleo de Prevenção ainda marcaram presença na passarela do samba ontem e hoje, entre 18h e 21h, durante os desfiles das escolas na Avenida Firestone, no bairro Casa Branca. Desta vez, cerca de 30 mil camisinhas serão distribuídas entre as duas noites, além de material educativo. Outra novidade ficará por conta de grupo teatral para interagir de forma lúdica com o público.

São Bernardo também colocará hoje agentes de Saúde no local dos desfiles das escolas de samba, na Rua Névio Carlone, 3, no km 33 da Estrada Velha de Santos, no Riacho Grande, entregando material educativo, preservativos masculinos e femininos, além de gel lubrificante. Essa será a segunda ação na cidade, que já tinha recebido no dia 7 o tradicional Bloco da Prevenção, com o tema Venha para o Bloco da Prevenção, Porque Sem Prevenção Não dá Não.

Outra cidade que promete realizar o trabalho nos dias de desfiles é Mauá. Após colocar profissionais da Secretaria da Saúde nos ensaios das escolas de samba, o município irá disponibilizar profissionais em estande das 20h às 4h fazendo orientações sobre doenças sexualmente transmissíveis e Aids, incluindo informações sobre testagem rápida, além da distribuição de preservativos e gel lubrificante.

São Caetano realizou ação na Avenida Goiás com a Rua Goitacazes ontem. No local, foi instalado o Pit Stop da Prevenção, com distribuição de folhetos e informativos.

Já Diadema colocou nas ruas até sexta-feira kombi do Centro de Referência em DST/Aids e Hepatites. Chamado de Bloco da Prevenção, o veículo percorreu cinco regiões da cidade e distribuiu folhetos e preservativos.

Em Ribeirão Pires, a ação também foi realizada na sexta-feira, na rodoviária, com distribuição de folders e preservativos à população.

De acordo com a infectologista do Hospital e Maternidade Brasil Andreia Maruzo Perejão, além do HIV/Aids, outras doenças têm aumento de incidência durante o Carnaval, tais como hepatite B e C, HPV, sífilis e gonorreia. "É importante ressaltar que o uso do preservativo evita a contaminação por todos estes vírus", explica a especialista, que ainda fala da importância do cuidado redobrado durante a Folia. "Além do sexo sem proteção, inclusive o oral, o HIV/Aids também pode ser transmitido por usuários de drogas intravenosas que dividem a mesma agulha. Por isso, em caso de relação sem proteção, o diagnóstico precoce deve ser feito imediatamente. Em alguns casos, como sífilis e gonorreia, o paciente com o tratamento correto pode se curar. No caso do HIV/Aids, é importante o acompanhamento imediato, pois quanto mais precocemente o paciente for medicado, melhor. Dessa forma, podemos estabilizar o vírus e, consequentemente, diminuir as chances de transmissão para outro indivíduo."

Baixo uso de preservativo muda enfoque de campanhas

A psicóloga Marcia Adabo, responsável pelo Núcleo de Prevenção e CTA (Centro de Testagem e Aconselhamento) de Santo André, a prevenção deve estar além do enfoque do uso de preservativo. Pesquisa recente do Ministério da Saúde apontou que 94% da população sabe da importância do uso da camisinha. Na prática, porém, 45% dos sexualmente ativos do País não usaram preservativo nas últimas relações sexuais casuais.

"As pessoas, infelizmente, acabam não dando tanta importância para o HIV/Aids. Acham que a doença não é tão séria e confiam nos medicamentos. Muitos pensam que conhecer minimamente o parceiro é suficiente para manter relação sem preservativo, o que não procede", diz Marcia.

Por essa razão, a campanha nacional de prevenção para o Carnaval é direcionada sobretudo ao público jovem e tem como slogan a expressão #partiuteste. A estratégia foca na prevenção combinada, que alia uso da camisinha à conscientização sobre a necessidade do indivíduo saber se foi contaminado e iniciar rapidamente o tratamento.

Segundo o ministro da Saúde, Arthur Chioro, o governo precisa atuar em outras frentes – além da estratégia de distribuição de preservativos no País – no combate à epidemia de Aids e DSTs, mais compatíveis com a nova realidade da sociedade brasileira, em que houve aumento do número de relações casuais. "Não podemos lidar na sociedade brasileira usando a camisinha como a única arma de prevenção. Precisamos ousar com outras estratégias, contar com uma mudança de comportamento significativo da população de 15 a 64 anos, sobretudo entre a população mais jovem, que tem mais parceiros", afirmou Chioro.

Além da campanha de Carnaval, a rede pública de Saúde passa a oferecer aos usuários do SUS (Sistema Único de Saúde) novo tipo de diagnóstico para a Aids. Trata-se do teste oral, que já está sendo distribuído aos Estados pelo Ministério da Saúde. No início deste ano, foram enviados cerca de 140 mil testes para todo o País.

Segundo a Pasta federal, 14 mil pessoas já fizeram o teste oral, das quais 381 receberam diagnóstico positivo. Das que se submeteram ao teste rápido, 43% nunca tinham feito nenhum teste de HIV antes.

A coleta para o exame é feita com uma haste que extrai fluido da gengiva e da bochecha. Além da rapidez do resultado, o teste tem a vantagem de não precisar de uma infraestrutura laboratorial.

Fonte: dgabc.com.br
 
Por:  Ludyanna Ferreira    |      Imprimir