Categoria Geral  Noticia Atualizada em 25-02-2015

Ministério Público apresenta denúncia contra Cerveró e mais
Operação Lava Jato descobriu a compra irregular de uma cobertura em Ipanema
Ministério Público apresenta denúncia contra Cerveró e  mais
Foto: noticias.r7.com

O MPF (Ministério Público Federal) apresentou nesta segunda-feira (23) na Justiça Federal do Paraná denúncia contra o ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró pelos crimes de formação de quadrilha e lavagem de dinheiro.

Também foram denunciados Fernando Soares, conhecido como "Fernando Baiano", apontado pela Operação Lava Jato como operador do esquema de corrupção na estatal, e Oscar Algorta, ex-presidente do Conselho de Administração da Jolmey S/A no Uruguai e responsável pela lavagem de recursos que beneficiou Cerveró.

De acordo com o processo, Cerveró é acusado de utilizar o cargo de diretor na petroleira para favorecer contratações de empreiteiras mediante o pagamento de propina e Fernando Soares é apontado como operador financeiro do esquema. Já Oscar Algorta teria lavado o dinheiro da propina na compra uma cobertura de luxo no Rio de Janeiro, em nome da offshore uruguaia Jolmey, que na realidade pertenceria à Cerveró.

A denúncia detalha o funcionamento do esquema e mostram que Fernando Soares era, na época, o operador financeiro ligado à Diretoria Internacional da Petrobras, atuando em favor de Cerveró para intermediar o pagamento de propina e lavar o dinheiro recebido.

A investigação da Operação Lava Jato também descobriu que parte da propina recebida por Cerveró foi enviada ao exterior para empresas offshores situadas no Uruguai e Suíça. Uma parte dos recursos retornava ao Brasil por meio da simulação de investimentos diretos na empresa brasileira Jolmey do Brasil Administradora de Bens Ltda, a qual, na realidade, tratava-se de uma filial da offshore uruguaia Jolmey S/A.

A denúncia explica que ambas as empresas eram de propriedade de Cerveró, mas estavam registradas e eram administradas formalmente por terceiros.

Segundo o registro de imóveis, a Jolmey do Brasil teria comprado uma cobertura no bairro de Ipanema por R$ 1,5 milhão e depois reformado por R$ 700 mil. Atualmente, o apartamento está avaliado em R$ 7,5 milhões. De acordo com a denúncia o apartamento pertencia a Cerveró.

Depois da venda, o apartamento foi "alugado" a Cerveró pelo valor de R$ 3.650,00, valor muito abaixo do mercado. Segundo a denúncia "o objetivo de Cerveró e Algorta era simular uma uma locação do imóvel como forma de ocultar a real propriedade do bem e evitar que Cerveró pudesse ser alvo de investigação por enriquecimento sem causa – e claro, de corrupção".

O MPF pediu o confisco do imóvel e dos valores das contas-correntes da empresa, além do pagamento de R$ 7,5 milhões.

Fonte: noticias.r7.com
 
Por:  Desirée Duque    |      Imprimir