Categoria Geral  Noticia Atualizada em 25-02-2015

Relatório da Anistia Internacional aponta crise na segurança
A Bahia é um dos estados do país que apresenta maior número de casos de homicídio e de violação de direitos humanos. Isto é o que aponta o Relatório 2014/15 da Anistia Internacional, que será lançado nesta quarta-feira, 25, em todo o mundo.
Relatório da Anistia Internacional aponta crise na segurança
Foto: atarde.uol.com.br

Intitulado O Estado dos Direitos Humanos no Mundo, o documento abrange pesquisas feitas em 160 países durante o ano de 2014 e início de 2015, avaliando questões relacionadas à segurança e à situação dos direitos humanos nesses locais.

O capítulo dedicado ao Brasil mostra o agravamento da crise da segurança pública motivado pela alta letalidade nas operações policiais, pelas rebeliões com mortes violentas em presídios superlotados e pelos casos de tortura.
Dentre os exemplos de violação de direitos humanos citados está o caso da família de Jorge Lázaro, que teve dois dos seis filhos assassinados em menos de cinco anos em Salvador.
O uso excessivo da força policial nos protestos que antecederam os jogos da Copa do Mundo, no ano passado, em diversos estados do país, também é colocado.
"As polícias não estão preparadas para assegurar direitos fundamentais da democracia: a liberdade de expressão e de manifestação pacífica", conclui o estudo.

Recomendações
O relatório internacional também sugere a desmilitarização da polícia e a elaboração de um plano nacional de metas para redução dos homicídios em todo o país como formas de enfrentamento dessas questões.
Por meio da assessoria de comunicação, a Secretaria da Segurança Pública do Estado da Bahia (SSP-BA) não quis tratar sobre o documento. "A SSP-BA não comenta pesquisas ou estudos, pois não existe metodologia unificada em todo o país para contabilizar o número de homicídios", informou.

De acordo com o coordenador nacional da campanha Reaja ou Será Morta, Reaja ou Será Morto, Hamilton Borges, os dados apresentados pelo estudo são fruto de uma política de segurança que tem como modelo as práticas violentas adotadas durante a ditadura militar.
"Com os atuais dispositivos de segurança, a população negra e pobre foi etiquetada com a permissão para ser abatida. Vivemos uma política criminal sem senso crítico", afirmou.

Fonte: atarde.uol.com.br
 
Por:  Ludyanna Ferreira    |      Imprimir