Categoria Geral  Noticia Atualizada em 26-02-2015

Referência na estreia da Libertadores, Damião cansa e perde
Centroavante do Cruzeiro foi um dos principais jogadores do time celeste, se movimentou muito, mas sentiu os efeitos da altitude de Sucre
Referência na estreia da Libertadores, Damião cansa e perde
Foto: globoesporte.globo.com

Leandro Damião entrou motivado e saiu cansado. Muito cansado. Um pouco pelo ar rarefeito dos 2.800 metros de Sucre, mas muito pelo empenho e correria no empate com Universitario Sucre, na estreia do Cruzeiro na Taça Libertadores. Antes do jogo, na hora de posar para foto oficial da partida, todos os jogadores apresentavam um semblante sisudo, sério. Com exceção do centroavante, único com um largo sorriso no rosto, fruto da boa fase, com quatro gols e quatro assistências nos quatro primeiros jogos da temporada. Damião era a esperança de gols do Cruzeiro, mas faltou fôlego e sobrou preciosismo ao atacante.

Com a camisa do Internacional, Damião já havia enfrentado a altitude na Libertadores de 2011. Foi contra o Strongest, a 3.250 metros. Mas cerca de meio quilômetro a menos não fez tanta diferença para o atacante, que fez uma auto avaliação de sua atuação.

- Não é igual La Paz, mas deu para sentir bastante. A equipe sentiu um pouco no primeiro, não conseguiu se soltar. Tivemos um jogador expulso. Também ali na finalização deveria ter caprichado um pouco mais. Fiz todo o movimento certo e na hora de chutar acabei errando - analisou.

No dicionário, pivô quer dizer: haste metálica para sustentar raízes dos dentes; jogador centralizado de basquete ou do futebol de salão ou personagem central de uma situação. Tirando o significado odontológico, Damião seguiu à risca a explicação. Nas estatísticas, o centroavante foi o que mais finalizou, com cinco chutes na direção do gol, sendo apenas um de fora da área. Foi, ao lado de Arrascaeta, o atleta que menos errou passes na estreia celeste na Libertadores: apenas um.
Primeiro tempo
Logo aos 28 segundos de jogo, Damião tentou dominar uma bola e já deu um pique para recuperá-la. Começava aí uma série de esforços que seriam sentidos no fim. Fez questão de se mostrar como ponto de referência o tempo todo, sinalizando até tiro de meta para Fábio bater o em sua direção. Mesmo com a marcação forte, o camisa 9 não se escondeu. Pediu a bola e protegeu a redonda como ninguém. Fez o pivô e devolveu a bola para os companheiros, mas a situação não evoluía.

Correu muito, se movimentou e apareceu para Arrascaeta. Mais um pique. Em vão novamente, pois o bandeirinha assinalou impedimento. Mostrou muito empenho e foi ele mesmo buscar a bola na defesa para puxar o contra-ataque. Foi derrubado e sofreu a falta no meio campo, dentro do círculo central.
Já aos 11 minutos, Damião não conseguia esconder. Com as mãos nos joelhos, o jogador se abaixou, como se quisesse diminuir a altitude para buscar mais ar amenizar o cansaço. O gesto se repetiu três minutos depois. Damião estava morto. Já cansado, viu Willian puxar um contra-ataque na direita. Sozinho, atravessou quase metade do campo com uma velocidade de quase 29 Km/H. Apesar de ter puxado energias não se sabe de onde, faltou muito pouco para que ele tivesse marcado o primeiro gol.

Segundo tempo
O intervalo foi uma eternidade e Leandro Damião. Voltou para o segundo tempo renovado e logo aos seis minutos teve a chance do jogo. O centroavante se desvencilhou da zaga, recebeu dentro da área e fintou o zagueiro. De frente para o gol, teve muito preciosismo e mandou a bola para fora.
Logo depois levou uma pancada no tronco. Ficou ainda mais difícil de respirar. Damião saiu de maca, recuperou o ar e retornou para o campo. Aos 16 minutos, recebeu um cruzamento muito bom de Fabiano, mas tirou novamente muito do goleiro Robles, e a bola saiu.
Depois disso, não teve mais energias e fôlego para buscar mais o jogo. O ritmo caiu junto com o restante do time. E assim, cansado e decepcionado com as chances perdidas, Leandro Damião deixou a estreia do Cruzeiro na Libertadores sem balançar as redes.

Fonte: globoesporte.globo.com
 
Por:  Desirée Duque    |      Imprimir