Depois da marcha de homenagem a Boris Nemtsov, que juntou dezenas de milhares de pessoas em Moscovo, a Rússia vive o choque do assassinato de uma figura de proa da oposição a Vladimir Putin.
Foto: www.rtp.pt "As reações ao assassinato de Boris Nemtsov foram extraordinárias, à medida do que ele era", escreve o diário russo Kommersant. Já o jornal económico Vedomosti diz que esta morte "constitui uma barreira psicológica que vem atravessar a Rússia" e que o país "nunca mais será o mesmo", cita Le Monde.
"Muita gente disse depois do assassinato Acordámos noutro país", sublinha o jornal, que considera o evento de homenagem a Boris Nemtsov uma "marcha contra o medo".
"Já faz algum tempo, pelo menos um ano, que vivemos num país onde a dissidência é assimilada à traição, pela qual podemos ser assassinados", escreve o Vedomosti.
Para o diário Komsomolskaya Pravda, o crime não foi motivado por razões políticas. "Quem de nós é que mata por razões puramente políticas? Vejam, nós não estamos na Ucrânia (…) Pelo dinheiro, nós matamos. Pela política, não", sustenta o jornal.
Segundo o Novaïa Gazeta, independentemente dos motivos para o assassinato, o resultado é o mesmo. A morte de Boris Nemtsov "é um ponto sem retorno, uma desestabilização radical da situação política na Rússia cujas consequências não são sequer imagináveis".
Garry Kasparov, o mestre e ex-campeão mundial de xadrez nascido na então União Soviética, pediu publicamente aos Estados Unidos e à Europa para "pararem com as negociações com Vladimir Putin".
Kasparov defende que a morte de Boris Nemtsov prova que o Presidente da Rússia não tem a certeza de ainda ter o apoio do povo.
Fonte: www.rtp.pt
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