Categoria Geral  Noticia Atualizada em 19-03-2015

Ministro culpa Lava Jato por aumento no desemprego
Emprego com carteira no país cai ao pior nível em 16 anos
Ministro culpa Lava Jato por aumento no desemprego
Foto: www.otempo.com.br

O mês de fevereiro foi o pior em ritmo de criação de empregos formais no país em 16 anos, segundo balanço do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) divulgado nesta quarta pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). No mês passado, foram fechados 2.415 postos de trabalhos formais no país.

O ministro do Trabalho e Emprego, Manoel Dias, disse que a operação Lava Jato influenciou no resultado negativo. "Certamente, nesse primeiro momento, a Lava Jato influenciou em redução de emprego", avaliou o ministro. O impacto da Lava Jato no emprego tem sido mais forte no Rio de Janeiro e em Pernambuco, Estados recordistas de demissão em fevereiro, e onde a Petrobras tem forte presença.

Ele lembrou que muitas empresas terceirizadas tiveram problemas e ressaltou a situação envolvendo a Petrobras. "A própria Petrobras, que tinha uma previsão de investimentos de R$ 50 bilhões, prevê redução de 20%", disse.

Para ele, os problemas são claramente percebidos na construção civil. O setor fechou 25 mil vagas em fevereiro. "Tem influência, na medida em que serão repactuados esses contratos". O saldo da construção civil só não é pior que o observado no comércio, que foi negativo em 30,3 mil. O setor agropecuário encerrou 9.500 postos.

Demanda e investimento. O professor doutor da Universidade de São Paulo Luciano Nakabashi afirmou que o saldo negativo apontado pelo Caged reflete a menor demanda e a queda nos investimentos no país. "A situação era esperada, porque a economia vem devagar desde 2013 e, em algum momento, isso iria bater no emprego. Isso só não ocorria por conta das políticas de estímulos à demanda", disse.

Segundo ele, com a retirada dos "estímulos artificiais" de consumo pelo governo, setores como construção civil e comércio se retraíram e o impacto chegou ao emprego. O investimento para o consumidor são bens duráveis, como imóveis, e "esse cenário de retração na construção civil geralmente acontece em todas as recessões", exemplificou. Para o ministro, outro fator que levou ao resultado é o ajuste fiscal promovido pelo governo, mas ressaltou que não haverá cortes de programas de distribuição de renda.

Fonte: www.otempo.com.br
 
Por:  Desirée Duque    |      Imprimir