Categoria Geral  Noticia Atualizada em 05-05-2015

Levy acredita que Congresso vai aprovar MPs do ajuste fiscal
Ministro ressaltou que medidas não podem se estender depois de 2015. "Não queremos empurrar o ajuste para o ano que vem", disse Levy.
Levy acredita que Congresso vai aprovar MPs do ajuste fiscal
Foto: g1.globo.com

O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, afirmou nesta segunda-feira (4) que acredita que o Congresso vai aprovar a "minirreforma" previdenciária, parte das medidas do pacote de ajuste das contas públicas, que será votada na quarta-feira (6). Ele falou esta noite a jornalistas durante evento do jornal "Valor Econômico", em São Paulo.

"Eu acho que o PT já se posicionou a favor das [medidas provisórias] 664 e 665, que são medidas extremamente importantes e não afetam nenhum direito do trabalhador. Ao contrário, fortalecem a previdência social e dão uma disciplina para o seguro-desemprego ficar mais parecido com o [programa social] Bolsa Família", afirmou Levy.

Agenda "AAA"
No evento, o ministro também mencionou a agenda "triplo A (AAA)", um conjunto de reformas que a equipe econômica pretende implementar a partir de 2016, se o pacote de ajuste fiscal for bem sucedido, com o intuito de promover o crescimento e a retomada do emprego.

Levy ressaltou que pretende acelerar as medidas de ajuste para que não sobrem pendências em 2016 e disse que "postergar [o ajuste fuiscal] não é boa política. "Não queremos empurrar o ajuste para o ano que vem, para que já no próximo ano possamos ter essa agenda de crescimento, a "triplo A" (AAA)", disse.

Segundo o ministro, essa agenda só poderá ser implementada se o ajuste estiver completo. "Temos temas de infraestrutura, competitividade e melhoria de nossos índices de educação e a mensuração da qualidade dos gastos públicos [como parte dos planos para o crescimento]", afirmou sobre os planos da equipe econômica após o ajuste fiscal.
O ministro apontou também que o ajuste das contas públicas precisa ser distribuído igualmente entre todos os setores da economia. "Temos que fazer isso sem tirar nenhum direito dos trabalhadores e as empresas terão que se adaptar a uma situação menos cômoda, mas muito mais sustentável no longo prazo", disse.

A redução da desoneração da folha de pagamento, uma das medidas de ajuste implementadas este ano e que encerraram uma das políticas anticíclicas do governo, deve ser encarada, segundo Levy, como algo permanente mesmo após o reequilíbrio das contas públicas.
"O ajuste fiscal é uma primeira etapa do ajuste econômico que teremos que fazer para responder a uma mudança no cenário mundial, o fim do ciclo [de baixo preço] das commodities que nos ajudou (...). Tenho convicção de que o trabalhador brasileiro conseguirá sair vitorioso nesse novo cenário", afirmou.

Corte "na carne"
Na semana passada, Levy afirmou em audiência pública na Câmara dos Deputados que o ajuste nas contas públicas – pelo aumento de tributos e corte de gastos –, não vai atrapalhar o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), e que o governo está cortando da "própria carne".

Números do Tesouro Nacional divulgados no fim de abril mostram que as despesas totais do governo caíram 0,8% no primeiro trimestre deste ano, frente ao mesmo período do ano passado, para R$ 259,17 bilhões.

Neste ano, Levy admitiu que haverá retração do PIB. O governo acredita, até o momento, que a queda do PIB será de 0,9% neste ano. Para o mercado financeiro, a economia deverá ter um "encolhimento" de 1,1% em 2015, o maior em 25 anos. Em 2016, porém, os analistas acreditam que o PIB terá uma elevação de 1%.

Fonte: g1.globo.com
 
Por:  Desirée Duque    |      Imprimir