Categoria Geral  Noticia Atualizada em 07-05-2015

Navios europeus inspiraram atuais cores de ex-alvinegros Riv
Depois da vitória por 2 a 0 do Boca Juniors sobre o River Plate neste domingo, pelo Campeonato Argentino, no primeiro jogo da "trilogia" portenha, as duas equipes se preparam para a segunda parte do duelo histórico, agora pelas oitavas de final da Copa Li
Navios europeus inspiraram atuais cores de ex-alvinegros Riv

Ainda assim, a mudança na vestimenta logo se tornou inevitável tanto pelas circunstâncias impostas pela Buenos Aires do início do século passado, quanto pela animosidade entre as duas torcidas, que dividiam a vizinhança de La Boca.

Hoje famoso pelo calção preto e pela camisa branca com a listra vermelha (conhecida como banda roja ), o River Plate relutou muito em adotar o estilo tricolor em seus primeiros anos de história, conforme apurou a reportagem da Gazeta Esportiva.Net . O motivo é simples: oficialmente fundado em 1898, o Alumni Athletic Club dominava a era amadora do futebol argentino com os mesmos vermelho, preto e branco que os Millonarios viriam a popularizar anos depois. Assim como o River, a escolha das cores do Alumni remonta da origem inglesa do clube, uma vez que este foi criado pelo fundador da Buenos Aires English High School, Alejandro Watson Hutton, escocês naturalizado argentino.

Até hoje considerado como o "pai" do futebol no país, Hutton foi o primeiro presidente da Argentine Association Football League, antecessora da atual Asociación del Futbol Argentino (AFA). Ainda sob sua tutela, o Alumni foi completamente dissolvido em 1913, mas antes conquistou 10 edições do torneio nacional e outras copas regionais. Tudo isso com as cores que o jovem River Plate admirava, mas preferia não adotar para evitar comparações com o então poderoso amador, optando pela segurança da combinação entre preto e branco.

Com o River já mais popular em 1908, os novos associados pediam a inclusão do vermelho como homenagem à Inglaterra, cujos navios cargueiros no Rio da Prata influenciaram a própria criação do clube - as caixas transportadas neles traziam "The River Plate" como destino e, mesmo equivocada, a tradução inspirou o nome do time. Além da terra da Rainha, a cidade italiana de Gênova, cuja bandeira é branca com uma cruz vermelha, também teve sua parcela de influência na decisão, uma vez que o bairro de La Boca era dominado por genoveses - motivo que renderia o apelido de xeneizes aos torcedores do próprio Boca Juniors.

Mesmo com a resistência dos dirigentes mais conservadores, as faixas vermelhas com bordas pretas foram enfim adicionadas na vertical, criando a camisa tricolor que seguiria como a principal do clube até 1931. A legítima banda roja (a famosa faixa vermelha na diagonal) surgiria no ano seguinte, em 1932, sendo mantida de forma tradicional até a atualidade.

Do outro lado do duelo desta quinta-feira, está o Boca Juniors, fundado em 1905 por Alfredo Scarpatti, Esteban Baglietto, Santiago Sana e pelos irmãos Juan e Teodoro Farenga. O primeiro uniforme xeneize teve origem familiar, uma vez que foi confeccionado pela irmã dos Farenga. Ainda sem uma identidade definida para o clube dos irmãos, a jovem optou pela costura do modelo mais básico possível: branco, com finas listras pretas.

No entanto, o manto boquense teve que ser abandonado em 1907, quando um time amador do bairro de Almagro reclamou por usar um uniforme parecido, o que levou o estilo alvinegro a ser disputado em uma partida entre as duas equipes, na qual o Boca saiu derrotado. Com isso, os fundadores propuseram adotar na camisa as cores da bandeira do primeiro navio que aportasse no Rio da Prata no dia seguinte. Uma embarcação vinda da Suécia foi a escolhida, gerando a combinação azul e amarela que perdura no clube até hoje e representará o Boca Juniors nesta quinta-feira, no Monumental de Núñez.

Assim como o uniforme auriazul do Boca e o tricolor dos Millonarios , com sua faixa vermelha, o estádio - que não fica no bairro de Núñez, e sim em Belgrano - já tem a marca do Superclássico portenho. Mesmo assim, o maior palco do futebol argentino foi apenas a sexta casa do River Plate na história. Antes de sua inauguração, em 25 de maio de 1938, o clube mandou seus jogos em outros domínios: no lado leste do Dársena Sud e, posteriormente, no lado oeste; em Sarandí; no Aristóbulo del Valle y Caboto, em La Boca, a 800 metros do rival xeneize; e no estádio de Alvear y Tagle, já na rica vizinhança de Palermo.

No primeiro confronto desta série de três jogos em 11 dias, o Boca levou a melhor tendo como trunfo a sua Bombonera, que sedia seus jogos desde 25 de maio de 1940, quando o time deixou o estádio Arquitecto Ricardo Etcheverry. Nesta quinta-feira, a partir das 21 horas (de Brasília), chegou a vez do River Plate fazer valer seu mando de campo no Monumental, justamente na Copa Libertadores que a camisa banda roja não comemora desde 1996.

Fonte: esportes.terra.com.br
 
Por:  Desirée Duque    |      Imprimir