Categoria Geral  Noticia Atualizada em 08-05-2015

Câmara rejeita mudanças na MP que altera regras do seguro-de
Emendas à proposta que limitam seguro-desemprego e abono salarial foram derrubadas. Governo teve vitória apesar de alguns aliados votarem contra.
Câmara rejeita mudanças na MP que altera regras do seguro-de
Foto: g1.globo.com

O governo conseguiu aprovar, sem nenhuma mudança, a primeira medida de ajuste fiscal. Nesta quinta-feira (07), todas as emendas à proposta que limita o seguro-desemprego e o abono salarial foram derrubadas. Mas não acabou, semana que vem tem mais votação e tem mudança polêmica sendo proposta no acesso às pensões por morte.
Com o resultado, o governo ficou feliz, mas isso não significa que está tranquilo. Como se diz no futebol, semana que vem é outro jogo. Cada dia com sua agonia. A primeira medida provisória do ajuste foi aprovada mas teve muito aliado que votou contra a proposta que muda o seguro-desemprego. Agora o Palácio do Planalto vai tentar dar um jeito de enquadrar ou agradar essa turma para garantir a próxima vitória.
Dessa vez o clima em plenário foi outro. Bem mais tranquilo. Nesta quinta-feira (07), o governo conseguiu derrubar todas as propostas apresentadas para modificar a medida que aumentou o rigor na concessão do seguro-desemprego e que tinha sido aprovada na véspera. Proibidos de entrar nas galerias, os manifestantes protestaram no salão verde, em frente ao plenário.
Entre as mudanças aprovadas pela Câmara está o aumento de seis para doze meses no tempo mínimo que o trabalhador tem que permanecer empregado para ter direito de pedir o seguro-desemprego pela primeira vez.
O abono salarial também muda. Hoje basta ter trabalhado 30 dias no prazo de um ano. A nova regra exige pelo menos três meses no emprego para receber o benefício.
O presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha, destacou a atuação do novo articulador político do governo, o vice-presidente Michel Temer, para garantir o resultado. "O trabalho de articulação feito pelo vice-presidente Michel Temer foi importante. Houve uma vitória política de conseguir aprovar uma medida que era importante que era a medida do ajuste fiscal. É o simbolismo da primeira medida do ajuste fiscal, se tivesse sido derrotada seria uma situação de crise", afirma Eduardo Cunha.
"Porque essa não é uma questão do governo. É uma questão do estado, é uma questão do país. E o Congresso teve essa sensibilidade e aprovou o primeiro projeto", diz o vice-presidente da República, Michel Temer.
Apesar da vitória, a votação mostrou que ainda há fragilidades na base governista. Muitos deputados de partidos aliados deram votos contra a medida. PT, PMDB, Partido Progressista, os 19 deputados do PDT, partido do ministro do Trabalho. Situação que incomodou o governo.
"Todos os líderes da base falaram que não é possível um partido da base subir à tribuna para criticar os demais partidos da base naquilo que eles estão votando com o governo. Caberá ao governo avaliar esse processo todo. Base é base. Tem que ser base de manhã, de tarde e de noite", afirma o deputado José Guimarães, líder do governo na Câmara.
A base vai ser testada de novo na semana que vem, quando a Câmara deve votar a segunda medida do ajuste fiscal, que muda as regras para a concessão da pensão por morte, por exemplo. "O placar vamos ver na semana que vem o que vai acontecer. As bancadas vão trabalhar, o governo vai trabalhar no convencimento para votação da matéria mas eu tenho certeza que a postura das bancadas, a bancada do PT, do PMDB, será a mesma dessa semana", afirma o deputado Leonardo Picciani, líder do partido.
A oposição acha que consegue virar o placar. "Vai ser ainda mais apertado ou até virado, porque automaticamente vai mexer com o viúvo e com a viúva, com aquele trabalhador que pode perder a sua esposa que trabalha ou seu marido que trabalha. É uma aposentadoria, é a vida dos aposentados que vai ser mexida agora, automaticamente, o auxilio doença e tudo mais", afirma o deputado Nilson Leitão, vice-líder do PSDB.
O conselho político do governo ainda vai se reunir para acertar a estratégia de votação da Medida Provisória que trata dos benefícios previdenciários. Ou seja, o jogo só termina quando acaba.

Fonte: g1.globo.com
 
Por:  Desirée Duque    |      Imprimir