Ainda pior que a convicção do não, é a incerteza do talvez, a desilusão de um quase. É o quase que me incomoda
Manoel Manhães é advogado e jornalista.
"Ainda pior que a convicção do não, é a incerteza do talvez, a desilusão de um
quase. É o quase que me incomoda, que me entristece, que me mata trazendo tudo
que poderia ter sido e não foi.
Quem quase ganhou ainda joga, quem quase passou ainda estuda, quem quase morreu
está vivo, quem quase amou não amou. Basta pensar nas oportunidades que
escaparam pelos dedos, nas chances que se perdem por medo, nas idéias que nunca
sairão do papel por essa maldita mania de viver no outono.
Pergunto-me, às vezes, o que nos leva a escolher uma vida morna; ou melhor, não
me pergunto, contesto. A resposta eu sei de cor, está estampada na distância e
frieza dos sorrisos, na frouxidão dos abraços, na indiferença dos "Bom dia",
quase que sussurrados.
Sobra covardia e falta coragem até pra ser feliz. Talvez esses fossem bons
motivos para decidir entre a alegria e a dor, sentir o nada, mas não são. Se a
virtude estivesse mesmo no meio termo, o mar não teria ondas, os dias seriam
nublados e o arco-íris em tons de cinza.
O nada não ilumina, não inspira, não aflige nem acalma, apenas amplia o vazio
que cada um traz dentro de si. Não é que a fé mova montanhas, nem que todas as
estrelas estejam ao alcance, para as coisas que não podem ser mudadas resta-nos
somente paciência, porém, preferir a derrota prévia à dúvida da vitória é
desperdiçar a oportunidade de merecer.
Para os erros há perdão; para os fracassos, chance; para os amores verdadeiros,
tempo. De nada adianta cercar um coração vazio ou economizar alma. Um romance
cujo fim é instantâneo ou indolor não é romance. Não deixe que a saudade
sufoque, que a rotina acomode, que o medo impeça de tentar. Desconfie do destino
e acredite em você. Gaste mais horas realizando que sonhando, fazendo que
planejando, vivendo que esperando, porque, embora quem quase morre esteja vivo,
quem quase vive já morreu."
DEU NO CACHOEIRO POST: Ligando pra casa: "- Oi, minha rainha! Como estás, meu
tesouro? Bem? Que bom, me diz: As crianças estão bem? Perfeito. Almoçaram
tudo?... Que beleza! Me conta, minha deusa, o que cozinhaste hoje?... Uau!
Lasanha!... O meu prato preferido, meu céu. Por isso te adoro, e diz, tudo
tranquilo em casa?... Sim? Escuta, me prometes que hoje a noite colocarás aquele
babydoll preto, esse que é totalmente transparente?... Sim?... Obrigado minha
bela, por isso te amo tanto... Daqui a pouco te vejo sim, meu amor? Agora... me
chama a patroa aí, tá bom?" www.cachoeiropost.com
Manoel Manhães é advogado e jornalista
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Fonte: Redação Maratimba.com
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