Categoria Geral  Noticia Atualizada em 11-07-2006

"Vai graxa ai!"
Robson Pereira da Silva, 32 anos, natural de Belo Horizonte, pertence a um seleto time de profissões que tendem ao desaparecimento

Maratimba.com

Robson Pereira da Silva, 32 anos, natural de Belo Horizonte, pertence a um seleto time de profissões que tendem ao desaparecimento. Diariamente percorre cerca de 12 km, entre os municípios de Marataízes e Itapemirim sempre com o mesmo "grito de guerra":

"Ai freguês vai graxa ai!" Trabalhava na mesma profissão no centro da capital mineira, mas devido a opção da família em se mudar para Marataízes, decidiu vir junto para "tentar a sorte aqui". De extrema simplicidade e sempre com um sorriso estampado no rosto, informou que trabalha todos os dias da semana e cobra por cada serviço R$ 0,50 centavos.

Indagado sobre o baixo preço do serviço, retruca como bom mineiro: "antes pouco do que nada". Reclama da concorrência desleal dos tênis, como classificou, lembrando que cada vez mais as pessoas estão optando pelo calçado. Mas observa: "Se precisar dar um lustre no tênis existem graxas específicas para isso", mostrando o produto no interior de sua caixa que serve para o apoio para a colocação do pé dos fregueses.

Sobre o futuro da profissão analisa com visão empresarial. "Sou o único que presto esse tipo de serviço na residência das pessoas, tenho um caderno onde anoto todos os endereços daqueles fregueses que pedem o serviço regularmente".

Como toda profissão, a de engraxate também tem seus percalços, principalmente como de forma despercebido troca a cor da graxa aplica no sapato para o característico lustre, onde é usada uma flanela. "Nessa hora o jeito é ficar quieto ouvir toda a reclamação e pedir desculpas", depois de uma pausa pede para "coloca ai": "Quando isso acontece o freguês não paga pelo serviço", ressalta.


    Fonte: Redação Maratimba.com
 
Por:  José Rubens Brumana    |      Imprimir