Gostei bastante do �ltimo texto do Mario Gomes Moreira, "Marata�zes precisa de l�deres". Comungo da mesma opini�o, mas sou um pouco c�tico...
Gostei bastante do �ltimo texto do Mario Gomes Moreira, "Marata�zes precisa de l�deres". Comungo da mesma opini�o, mas sou um pouco c�tico com rela��o a f�rmulas ou receitas prontas. Quem dera, Mario, se a realidade pudesse acompanhar o ritmo dos devaneios filos�ficos altru�stas, assim como esse seu texto agradavelmente transpirou.
Se a democracia no Bras�l engatinha, em Marata�zes ela ainda � um espermatoz�ide. At� bem pouco tempo, fic�vamos � merc� do relativo descaso do munic�pio m�e, onde oligarquias centen�rias se revezavam no poder, enriquecendo cada vez mais �s custas da ignor�ncia dos mun�cipes.
Em seguida vivemos um, digamos, fundamentalismo religioso-feudal que perdurou por 8 anos. Estivemos h� pouco tempo correndo o risco de ver um representante leg�timo daquelas oligarquias tentar voltar � cena, o que, Gra�as a Deus, n�o aconteceu.
Dez anos � muito pouco tempo para se pretender exigir uma resposta a curto prazo da sociedade local. Mesmo assim, uma boa resposta foi dada, pois o prefeito atual � o mais leg�timo representante dos formadores de opini�o que estavam insatisfeitos e at�, porque n�o dizer, enojados com a forma como a coisa p�blica estava sendo tratada pela administra��o passada.
Percebo uma certa leviandade em in�meros cr�ticos da atual administra��o municipal, uma vez que n�o h� como negar o quanto o prefeito est� trabalhando em prol do munic�pio. Infelizmente, em alguns casos, o interesse p�blico � bem antag�nico ao interesse de alguns, como � o caso da transfer�ncia da peixaria, ou ainda o vespeiro que � aquele absurdo das casas em cima da praia na Areia Preta, ou mesmo o tumultuado caso das gaiolas dos presos.
O Mario falou muito bem sobre a necessidade de entidades como o Ipiranga e as escolas de samba se desvencilharem do poder p�blico. O problema � que a umbilicalidade dessas institui��es com a coisa p�blica n�o � nada mais que o reflexo de como boa parte da popula��o da cidade pensa.
� duro admitir isso, mas h� um paternalismo �s avessas, onde n�o se consegue caminhar sozinho sem deixar de pensar no que o pol�tico tal vai dar. Um percentual esmagador dos eleitores da cidade votam s� pensando no que conseguir�o de vantagem com o prefeito e os vereadores que dizem apoiar.
E como � que se sai desse c�rculo vicioso?
N�o creio que exista resposta ou receita pronta para isso. Talvez a educa��o seja a melhor forma de se quebrar essa incestuosa rela��o entre boa parte da popula��o com a coisa p�blica.
Com rela��o aos l�deres naturais, de fato precisamos deles para serem os porta-vozes dos mais diversos segmentos da sociedade. Mas onde est�o esses l�deres?
Infelizmente, salvo rar�ssimas e bem-vindas exce��es, eles n�o existem mais. S� desponta politicamente quem tem mais para gastar. Isso � fato e s� mudar� com a ruptura do modelo pol�tico-eleitoral atual.
Enquanto isso n�o acontece, ficamos aqui assistindo algumas poucas boas exce��es tratarem bem a coisa p�blica e a grande maioria fazendo s� o que todos estamos carecas de saber, ou seja, preocupando-se apenas em manter seus privil�gios e em se eternizar no poder.
A luta continua, companheiro. A jornada � �rdua, mas absolutamente necess�ria. Vamos torcer para que as exce��es passem a ser lugar-comum ao inv�s de sanguessugas, mensaleiros e outras aberra��es.
Que Deus ilumine as mentes dos homens de bem da cidade e que abra os olhos da patul�ia.
Fonte: Reda��o Maratimba.com
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