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Agorafobia
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Medo do agora, do presente, das coisas da atualidade? Agorafobia, segundo alguns dicionários, significa estado mórbido, caracterizado pelo medo de atravessar largos, praças ou descampados. Medo do agora, do presente, das coisas da atualidade? Agorafobia, segundo alguns dicionários, significa estado mórbido, caracterizado pelo medo de atravessar largos, praças ou descampados. É interessante dar um destaque a esta palavra, visto que ela se origina de Ágora, que era a principal praça pública nas antigas cidades gregas; assembléia pública, na Grécia. Não confundam Ágora com agora, são duas palavras bem distintas e com significados bem diferentes. Fique motivado a lançar mão deste termo, porque ele está intimamente ligado aos últimos fatos ocorridos aqui em Marataízes, este que já foi um balneário com uma excelente qualidade de vida em todos os sentidos, onde reinava a paz e a tranqüilidade. É lamentável que não podemos mais utilizar tais termos para qualificar a Pérola do Sul, a Marataízes onde passei muitos verões, o lugar dos meus sonhos de criança bem à vontade, brincando na areia, correndo atrás dos siris e me banhando nas águas límpidas da minha infância e juventude. Ah, Marataízes, quanta saudade eu tenho daqueles tempos! Mas, como disse José de Alencar como frase final no último capítulo do romance Iracema "Tudo passa sobre a terra". E aqui não foi diferente! O município cresceu, atingiu um certo desenvolvimento verificado no comércio, em pequenas indústrias e nas construções que foram levantadas. Se por aqui ocorreram mudanças matériais e físicas, houve também mudanças na cabeça das pessoas. E isto viria a acontecer mesmo, dada às circunstâncias e aos fatos, pois há uma alta rotatividade de pessoas que passam pelo município e, às vezes, até acabam se estabelecendo nele. O escritor José de Alencar, com muita propriedade e sabedoria, deixou-nos a frase "Tudo passa ...", de fato passou aquela época de muita paz, paz de espírito, de vida simples e modesta de uma cidade pacata, calma e com o "modus vivendi" sem medo, porque hoje a modernidade também está passando por aqui e ela passa deixando não apenas saldos positivos, como também, negativos. Abro os jornais e leio a manchete "Empresário é seqüestrado em Marataízes", não acredito, uma brincadeira de mau gosto? Não, a pura realidade. Reflexos do progresso, do desenvolvimento? Leio toda a matéria sobre o seqüestro, mas não fico sabendo de quem se trata, porque a identidade dele fora preservada. Porém, esta semana fiquei sabendo que o empresário é pai de uma das minhas alunas do 3º ano do Ensino Médio. Hoje, esta aluna, como toda a sua família, encontra-se traumatizada e tem todos os motivos para sentir medo, pois, os fatos relatados a mim por ela, lembram muito aqueles filmes de violência com guerrinhas psicológicas e de extorsão, onde as pessoas são coagidas e acabam com marcas traumatizantes em suas vidas. Hodiernamente, a Psicologia ou a Medicina catalogou a Doença do Pânico. Esta doença tem razão de ser, por isso a partir desse momento, também posso dizer que em Marataízes existem pessoas com razões bastantes que estão sofrendo de Agorafobia. Autor: Luiz Antônio Damasceno Fonte: Redação Maratimba.com
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| Por: Luiz Antônio Damasceno | Imprimir |
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