Categoria Opinião  Noticia Atualizada em 13-04-2007

PINTOU UM CAMPEíO
Agora sim, teve início o campeonato mundial de fórmula um. Agora as cartas estão na mesa – melhor dizendo, a borracha está na pista, e todo aquele tre-le-lê de relações públicas ficou pra trás
PINTOU UM CAMPEíO

Agora sim, teve início o campeonato mundial de fórmula um. Agora as cartas estão na mesa – melhor dizendo, a borracha está na pista, e todo aquele tre-le-lê de relações públicas ficou pra trás. A Ferrari dominava todos os testes de inverno? Que coisa, hein… Os especialistas em esconder o leite – perdão, o óleo – estavam quietos, trabalhando em silêncio para calar a boca do pessoal da propaganda na hora certa.

Ignoremos a Austrália, onde já deu pra ver mais ou menos que o passeio da Ferrari não iria ser assim tão bucólico… Mas, o que se viu na Malásia? As duas MacLaren saltam na frente de Felipe "220 Volts" Massa e Kimi "O Burocrata" Raikonnen como se tivessem recebido uma ajudinha extra de óxido nitroso. Massa, sempre ligado e sempre acreditando na possibilidade de vencer, não entendeu nada daquilo e se recusou a aceitar o que via na sua frente. Saiu atrás da dupla de Ron Dennis, ignorando qualquer regra básica de comportamento na pista em começo de prova. Deu no que deu – um passeio pela grama e um quinto lugar, absolutamente desnecessários, e mais do que isso: a percepção de que sua voltagem está mais para os 110 do que os 220 imaginados.

Seu colega burocrata, que não sorri, não chora, não fala e não respira, deu uma de Zico em dias de Fla-Flu quando o rubronegro estava por baixo: sumiu em campo – perdão, na pista. Uma estratégia eficaz até certo ponto, já que, bem ou mal, lhe garantiu o terceiro lugar. No entanto, um desastre do ponto de vista competitivo e um alerta para quem gosta de emoções na Fórmula Um. Ficou patente que, com Kimi Raikonnen, se tudo não estiver encaixado nos seus devidos lugares de forma absolutamente perfeita, ele não se mexe para buscar a vitória.

Felizmente eu e dona Matilde temos um motivo de alegria na Fórmula Um em 2007, e se você ouvir o podcast no blog do Lessa – www.claudiolessa.com - vai entender o motivo dessa introdução. Ele se chama Lewis Hamilton, e é exatamente o que a Fórmula Um precisava quando se falava tanto em sangue novo para a categoria. Hamilton está com um carro que, até agora, na prática parece ser o melhor da Fórmula Um 2007. Mas seu ímpeto deixa nas entrelinhas que ele não tornaria as coisas mais fáceis para ninguém na pista mesmo que tivesse um equipamento inferior – e isso, claro, nos faz lembrar de alguém que, com um Toleman caindo pelas tabelas, só não ultrapassou Alain Prost e venceu o Grande Prêmio de Mônaco porque o diretor de prova fez mutreta e encerrou a corrida mais cedo por causa da chuva – justamente a especialidade do também estreante, Ayrton Senna da Silva.


    Fonte: Redação Maratimba.com
 
Por:  Claudio Lessa    |      Imprimir