Categoria Opinião  Noticia Atualizada em 18-04-2007

EDUCAÇíO: SINÔNIMO DESRESPEITO, HUMILHAÇíO E ASSÉDIO MORAL
Educar em escola pública no Estado transformou-se num desafio sem precedentes. Um tipo de educação imposta à sociedade, sem a mínima condição para os professores
EDUCAÇíO: SINÔNIMO DESRESPEITO, HUMILHAÇíO E ASSÉDIO MORAL

Educar em escola pública no Estado transformou-se num desafio sem precedentes. Um tipo de educação imposta à sociedade, sem a mínima condição para os professores, alunos e demais servidores de uma escola. Por força das eleições, foram feitas trocas de diretores que não "correspondiam" aos interesses do Governo, embora a maioria tivesse respaldado de suas comunidades escolares. Outros que não correspondem às comunidades onde estão inseridos são mantidos no cargo, porque interessam ao que o Governo objetiva. Não é à toa que em diversas escolas o assédio moral, autoritarismos, ameaças e a antidemocracia imperam e traduzem um modelo de educação à moda militar e totalitária.

Reflexo do que a própria Secretaria de Educação demonstra como órgão de gerenciamento das escolas da rede pública no Estado, porque exemplo de bom gestor, na visão de alguns daqueles gabinetes, são as práticas do assédio moral, desrespeito inenarrável aos professores e professoras, achatamento salarial contínuo e universal, convivência com cabos eleitorais (sobretudo, nas secretarias das Escolas), ameaças seguidas, humilhação de profissionais da educação, tratamento desigual, etc. A geração de gestores fomentados na Escola pela Sedu, ultimamente, é o retrato falado, cuspido e escrito de certos mandatários da Secretaria e seus apêndices autoritários, as chamadas Superintendências de Educação; ou seja, Deseducação.

Exemplos recentes disto tudo, além das retiradas de diretores e outros profissionais que não se afinavam com os filhotes do liberalismo desenfreado, foram as circunstâncias em que milhares de professores ficaram submetidos no último concurso de remoção, no final de novembro e início de dezembro: em Cachoeiro, profissionais saíram dos mais longíquos municípios para participar de um concurso que representou mais o cumprimento de promessas e castigo por serem professoras.

As colegas de Afonso Cláudio foram humilhadas, em sol e chuva, até às 04h00 (quatro horas da manhã), para definir suas vagas, porque havia um mandado de que elas só poderiam escolher naquele dia e naquela famigerada Superintendência. Em Colatina e Linhares, dezenas de professoras enfrentaram filas e mais filas, sem objetivo. Não tinham o que escolher, porque suas escolas foram municipalizadas; e, para este tipo de profissional não havia mais vaga no Estado. Estes dois municípios só para exemplificar. Isto foi caso geral em todo Estado.

E, a carga horária ampliada? Num desacato total às instituições estabelecidas nacionalmente, como Congresso Nacional, Conselho Nacional de Educação (CNE), Ministério de Educação, Assembléia Legislativa e até o Conselho Estadual de Educação (CEE-ES), está sendo imposta uma carga horária que desvirtua os preceitos do Plano de Carreira e Vencimentos do magistério estadual, votado pela Assembléia legislativa, em 1998; simplesmente, porque a interpretação de certos iluminados na Sedu é de que as horas-aulas devem ser de 60 minutos e, agora, num total de 05 diárias. Isto não pode ser política do governo. Além de ser política de Desgoverno é uma clara demonstração de Deseducação generalizada.

Na contra-mão da história da educação, o Espírito Santo se retarda, ignorando o espírito desenvolvimentista e democratizador que se implanta. A peça importante em todo processo e para quem se deveria centrar as atenções é ignorada, desconsiderada e em algumas escolas: humilhada, que é o estudante. Em nenhum momento os aprendizes do futuro foram participados, nem informados; há, sim, a posição de sacrificá-los e implementar ações que inibam a sua organização. Mas, o estudante saberá protestar e já começaram no Vale Esperança, em Cariacica. Agora, a estudantada deve se juntar ao Sindiupes num movimento forte e unificado!


    Fonte: O Autor
 
Por:  Júlio César A. dos Santos    |      Imprimir