Categoria Música  Noticia Atualizada em 07-07-2007

Roqueiros se unem em concertos contra o aquecimento global
LONDRES (Reuters) - Mais de cem astros do rock tocam no sábado em shows espalhados pelo mundo.
Roqueiros se unem em concertos contra o aquecimento global
Foto: billi fontes

Mais de cem astros do rock tocam no sábado em shows espalhados pelo mundo, na tentativa de promoverem a consciência ambiental junto a milhões de fãs e pressionar os governos a serem mais responsáveis com a natureza.

Seguindo as pegadas dos mega-eventos Live Aid e Live 8, o Live Earth pretende alcançar 2 bilhões de pessoas via rádio, TV e Internet, com atrações como Madonna, Red Hot Chili Peppers, Snow Patrol e Snoop Dogg.

"Trata-se de uma emergência planetária", disse o organizador Al Gore, ex-vice-presidente dos EUA, referindo-se à necessidade de conter as emissões de poluentes responsáveis pelo aquecimento global.

O político disse à Reuters que torce para que o público do Live Earth pressione seus líderes a assinarem até 2009 um novo tratado que até 2050 reduziria em 90 por cento as emissões de gases do efeito estufa nos países desenvolvidos e pela metade em nível mundial.

Por causa do fuso horário, os shows começam em Sydney e terminam em Copacabana, no Rio. Segundo Gore, trata-se do começo de uma campanha de três a cinco anos para promover a consciência sobre a mudança climática.

Gore e seu séquito de astros devem dominar os telejornais e sites da Internet durante o dia, mas vários fãs e ativistas consideram uma atitude cínica usar os roqueiros, muitos dos quais conhecidos por seu consumo pouco consciente, para promover uma vida ambientalmente mais correta.

"Algumas pessoas sentem que, desde que estejam pregando a mensagem correta, não importa que a adotem também", disse Michael Musto, colunista de entretenimento do Village Voice, de Nova York. "Eu tenho um problema com isso."

Bob Geldof, idealizador do Live Aid e do Live 8, também atacou o Live Earth, dizendo que o mundo já está consciente dos perigos do aquecimento e que o evento carece de um "objetivo final".

Alguns dos artistas participantes reagiram. "É fácil criticar, mas o que você vai fazer?", questionou a cantora beninense Angelique Kidjo em entrevista coletiva em Johanesburgo, onde ela vai se apresentar.

"Tire sua bunda daí e faça alguma coisa. Se não fizermos nada hoje, aí, quando houver outro tsunami, aí o malandro dessa pessoa cínica vai estar naquela onda", disse.

Os organizadores querem manter em níveis mínimos a "pegada de carbono" do evento. Para isso, pretendem usar fontes renováveis de energia na parafernália, além de investir em mais energia renovável para compensar os gases do efeito estufa emitidos pelos aviões que levam músicos e fãs.

Depois de Sydney, os concertos vão começar, pela ordem em Tóquio, Johanesburgo, Xangai, Londres, Hamburgo, Nova York, Washington e Rio.

Também haverá a transmissão de um set da Antártida, onde uma banda até agora desconhecida, a Nunatak (formada por dois engenheiros, um biólogo marinho, um meteorologista e um guia polar), gravou um show curto, numa base de pesquisas britânica.

Esse show, diante de 17 pesquisadores, cumpre a promessa de Gore de realizar concertos em sete continentes no dia 7/7/7.

Os preparativos, porém, nem sempre foram tranqüilos.

O show de Istambul foi cancelado devido a falta de interesse do público e preocupações com a segurança. No Rio, uma guerra de liminares nesta semana quase impediu a realização do espetáculo em Copacabana.

matreria picapau

Fonte: http://musica.uol.com.br/
 
Por:  José Rubens Brumana    |      Imprimir