Categoria Opinião  Noticia Atualizada em 18-07-2007

MENOS TANTAS VIDAS...
Lamentável! Ficamos atônitos mais uma vez com a tragédia que envolve uma aeronave da TAM. O vôo JJ 3054 da morte! Congonhas de luto! São Paulo está de luto
MENOS TANTAS VIDAS...

Lamentável! Ficamos atônitos mais uma vez com a tragédia que envolve uma aeronave da TAM. O vôo JJ 3054 da morte! Congonhas de luto! São Paulo está de luto. O Brasil está de luto uma vez mais. O país perde mais filhos, tão estupidamente. Infelizmente o ridículo clichê "pra morrer basta estar vivo" nos amedronta. Vidas, como as nossas são ceifadas.

Paramos em na sala, em frente ao TV e ficamos estarrecidos com tantas desgraças... São mortes provocadas por balas perdidas, por fome, pelo frio... Não tem como fechar os olhos, como fiz, ao chegar em casa do trabalho, exausto, e não querer ver labaredas. Troquei de canal. Passei por vários deles. Lá estava o noticiário a me perseguir. Ligo o rádio, a mesma notícia. Vou para o computador: o mesmo drama! A Internet toda, os jornais impressos... Dói! São menos vidas. São nossos semelhantes.

Os acidentes aéreos causam transtornos, dor, lamentações, deixam tristezas, angústias, saudades. Nossos corações ainda doem a lembrança daqueles que se foram no acidente que envolveu um avião da GOL. Quanta nostalgia! Quantas mortes!!!

Morre-se em detrimento a tantos "ais", "disse-me-disse". Feridas são abertas, lutas são vencidas, batalhas são esquecidas... São flores selvagens! Morre-se, mata-se. Deixa-se morrer. Permite-se a morte.

Balas perdidas, intencionais, corrupção, fome, frio. Tudo isso mata. A falta de perdão mata. O egoísmo mata. A falta de partilha mata. Devido à ausência de Deus, se morre. A Guerra Silenciosa, como a que vivemos há décadas, mata. O desamor mata.

Quantas mortes mais serão necessárias para que percebam que somos cidadãos, que temos direito à vida? Até quando ficaremos órfãos?! Faço das palavras de Tom Zé as minhas: "Oh senhor cidadão, eu quero saber, eu quero saber com quantos quilos de medo, com quantos quilos de medo se faz uma tradição? Oh senhor cidadão, eu quero saber, eu quero saber com quantas mortes no peito, com quantas mortes no peito se faz a seriedade?"

O apocalipse é realmente motorizado. Quantas mortes ainda serão necessárias para que se saiba que já se matou demais ou para que a mídia e as autoridades façam algo por nós. Foi acidente! Quantos outros acidentes haverá? Quantas mortes, pergunto? Talvez não mais muitas. Talvez quando começarem a morrer filhos, sobrinhos, parentes de deputados, de senadores, de ministros, talvez não mais precisaremos chorar tanto sangue derramado, tantos corpos carbonizados, tantas vidas ceifadas... Talvez!!! Talvez já nem tenhamos mais, nem menos tantas vidas...

Fonte: O Autor
 
Por:  José Geraldo Oliveira (DRT-ES 4.121/07 - JP)    |      Imprimir