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AS PRIMEIRAS MEDALHAS
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Dois momentos marcantes da incongru�ncia nacional unem Lula e seu time do cora��o, o Corinthians Dois momentos marcantes da incongru�ncia nacional unem Lula e seu time do cora��o, o Corinthians. Esta semana, a na��o, de olhos arregalados, finalmente se mostrou horrorizada com as tram�ias ocorridas no Corinthians sob a batuta de Dualib, laranja do laranja Kia, exaustivamente investigadas pela pol�cia. Precisava de investiga��o? Sim, para garantir a legalidade do processo. Mas precisava demorar tanto? Certamente que n�o. A pergunta que n�o quer calar �: algu�m j� apareceu na sua casa com uma mala cheia de dinheiro, se oferecendo para resolver todos os seus problemas financeiros passados, presentes e futuros em troca de nada, absolutamente nada? Foi mais ou menos o que aconteceu com o Corinthians, caro(a) leitor(a). Se isto acontecesse com voc�, mesmo que no desespero, a desconfian�a n�o partiria imediatamente de voc� mesmo? E se voc� soubesse que isso aconteceu com algu�m que voc� conhece, n�o sentiria a mesma e intensa desconfian�a? Pois �. No pa�s do "� assim mesmo", n�o. Quando o homem da mala chega, tudo � festa. Todo mundo passa a ser chamado de "doutor", surge o gar�om com cafezinho e �gua gelada, e os mais �ntimos se encarregam de arranjar umas meninas para garantir o bem estar do homem da mala. Afinal, ele precisa de se sentir em casa. H� muitos e muitos meses, esta coluna levantou a mesma desconfian�a com rela��o ao esquem�o montado no Corinthians, de Dualib e Kia e a lavanderia da m�fia russa. Estava na cara que havia algo errado, mas a repercuss�o foi nula. Todo mundo estava nas nuvens, em alfa org�smico com a quantidade de dinheiro, novos craques e promessas de campeonatos ilimitados que o gringo trazia dentro de sua mala - apenas pelos belos olhos dos corinthianos. A ficha demorou para cair, mas est� caindo. Est� caindo, no ger�ndio, porque ningu�m ainda foi preso (Kia e o mafioso russo est�o em Londres) ou condenado � morte por causa de tudo isso. E a meia-d�zia de estrepitosas vaias ao corinthiano n�mero cinquenta e um, hein? As incongru�ncias s�o muitas para serem listadas neste texto, mas, em resumo, apura-se o seguinte: a "profunda tristeza", as "m�os frias" e tudo o mais que Lula pode ter sentido n�o se justificam. Sou do tempo em que costumava vaiar o M�dici at� quando ele aparecia no jornal da tela, no cinema. De l� para c�, presidente da Rep�blica � invariavelmente vaiado no Brasil em cerim�nias p�blicas n�o orquestradas politicamente, seja ele quem for. Portanto, essa est�ria de se sentir "injusti�ado", para quem tem uma longa folha corrida de esperteza, n�o cola. Em clima de Pan, as medalhas v�o mesmo para os aspones formais e informais daquele que nada sabia: ouro para o que disse que "n�o tinha povo" no Maracan� - da� as vaias, e prata dividida entre outro aspone e um locutor de tev� (que divide o seu tempo entre uma sentida viuvez de Michael Schumacher e um puxa-saquismo exacerbado da situa��o) que afirmaram que as vaias eram por causa do atraso no in�cio da cerim�nia. N�o existe terceiro lugar, no entanto. Aqueles que se dedicam a forjar suspeitas sobre gente pagadora de impostos como forma de intimida��o, enquanto os calhordas respons�veis pelos mensal�es, sanguessugas e aquarelas da vida continuam livres, leves e soltos merecem apenas o nosso ol�mpico desprezo. Fonte: O Autor
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| Por: Claudio Lessa | Imprimir |
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