Categoria Geral  Noticia Atualizada em 22-07-2007

Família de Coveiros
“O cemitério era o fundo do nosso quintal, o divertimento de meus irmãos era brincar entre as catacumbas”
Família de Coveiros
Foto: José Rubens Brumana

"O cemitério era o fundo do nosso quintal, o divertimento de meus irmãos era brincar entre as catacumbas", disse Zenildo dos Santos Bento, coveiro por nove anos no cemitério da Vila e que vem de uma família que há décadas seguem essa profissão.

O precursor foi o conhecido nas rodas de jongo e congo como mestre Wilson Bento. Atualmente um outro membro da família Bento segue a profissão do avô: Rodrigo Bento Nazareth - conhecido como Leco.

Fala com naturalidade que desde os três anos de idade freqüenta o cemitério. "O perigo é lá fora, quem está aqui não faz mal a ninguém", enfatizou. Garante que o enterro mais difícil foi do seu avô Wilson Bento que morreu aos 76 anos. "Nessa hora é difícil de agüentar", lembra.

Ressalta ainda que os que mais enterram no cemitério são pessoas provenientes de Marataízes. "Muitas famílias ainda tem jazigos", explica. Os dias que mais acontecem enterros são os finais de semana devido a desastres automobilísticos e assassinatos. Em média são realizados três sepultamentos diariamente. Disse que o trabalho é árduo, mas faz com prazer. "Isso esta no nosso sangue", sentenciou.

O seu tio Zenildo conta que diversas pessoas ficaram em cima de uma catacumba participando de um sepultamento quando de repente o jazigo não agüentou o peso e arriou. "As seis pessoas se misturaram junto a um caixão com o esqueleto. Quem estava chorando caiu na risada".

Conta ainda uma passagem inusitada de um sepultamento. "Um pastor realizou sua oração e impediu de imediato a um católico fazer a sua. O clima quase esquentou na ocasião", diz. E para não perderem a dinastia, o cemitério de Marataízes tem como coveiro e administrador Carlito Bento, também da família.

    Fonte: Redação Maratimba.com
 
Por:  José Rubens Brumana    |      Imprimir