Categoria Opinião  Noticia Atualizada em 29-08-2007

MARATAÍZES ACERTA AO INVESTIR NO TURISMO ESTUDANTIL
Dessa vez alunos e professores foram conhecer uma parte da Rota do Caparaó, que entre tantas maravilhas abriga o Pico da Bandeira, inúmeras cachoeiras, mata atlântica intocada e colônias de imigrantes.
MARATAÍZES ACERTA AO INVESTIR NO TURISMO ESTUDANTIL

Dessa vez alunos e professores foram conhecer uma parte da Rota do Caparaó, que entre tantas maravilhas abriga o Pico da Bandeira, inúmeras cachoeiras, mata atlântica intocada e colônias de imigrantes.

A excursão com 17 horas de duração, apesar da programação extensa, foi considerada por todos como pequena, fato que credito ao grande interesse que a mesma despertou no grupo. Os alunos se mostravam atentos e interessados em apreciar e desvendar, no todo, o espírito ecológico que domina a região. Percebemos que aos poucos, a maioria dos alunos, em função do projeto, já começa a observar os cenários apresentados com um olhar diferente, mais aguçado, curioso e interpretativo.

Embarcamos para o passeio às cinco da manhã e nossa primeira parada foi em Alegre. Lá, para nossa grata surpresa, nos aguardava um guia ambiental, que carinhosamente foi acunhado de Carlinhos, devido seu jeito afável e descontraído de lidar com o grupo. Na passagem pela cidade vimos às fachadas históricas do Solar Miguel Simão e da Igreja Matriz Nossa Senhora da Penha. Foi também em Alegre que começamos a perceber que aos poucos, Zé Rubens tutor do projeto, está aprimorando e dando os primeiros contornos profissionais ao mesmo.

Agora já sob o comando de Carlinhos, seguimos para mais uma etapa da Rota do Caparaó, que por sinal, a cada quilômetro percorrido, nos descortinava algumas das mais belas paisagens do sul do estado. Nosso guia, primeiro nos apresentou o Parque Estadual da Cachoeira da Fumaça, que abriga esculpida em uma rocha de 144 metros, uma queda de mesmo nome.

Em seguida, ao partimos em direção ao Parque Nacional do Caparaó, tivemos como companheiro, em boa parte da viagem, o rio Braço Norte Direito, que com suas inúmeras cachoeiras é um dos afluentes do rio Itapemirim.

Ao passarmos por Ibitirama, impressionou-nos o nível de conscientização política da cidade, pois em praticamente todo o trajeto urbano líamos placas de trânsito educativas com dizeres do tipo "Nossa cidade é uma cidade limpa. Ajude a conservá-la assim", ou, a simples e objetiva: "lugar de lixo é no lixo". Em Córrego Limpo, passamos por cultivares de morangos e criatórios de peixes, especialmente de Trutas, e ainda observamos o processo de irrigação efetuado pelas águas do córrego Jacutinga, um dos afluentes do rio Itabapoana.

Em Divino de São Lourenço, o que mais nos chamou a atenção foi a forte presença do cultivo de café; a cordilheira de Pedra Menina com seus vales repletos de cachoeiras e um sem número de córregos que formam uma verdadeira teia de canais de irrigação natural; além da arquitetura rústica das pousadas locais.

Próximo ao meio dia, paramos para almoçar na Fazenda Mundo Novo, um sítio rupestre que faz parte do projeto Cama e Café. Lá nos serviram uma autêntica macarronada italiana que sinto saudade até hoje.

Mas o ponto alto do passeio ficou mesmo na visita ao Sítio Águas do Caparaó de propriedade da ambientalista Dalva Ringer. Ela própria fez questão de nos receber e nos brindou com uma curta, mas importantíssima explanação, a cerca dos projetos ambientalistas do Vale do Caparaó e da Bacia do Rio Itapemirim. Comentou para os alunos a respeito das perspectivas de desenvolvimento do agro-turismo, da gastronomia e da cultura local. Destacou também sobre os esforços que fazendeiros da região estão desenvolvendo para a reconstituição da mata atlântica. Por fim, para que pudéssemos nos refrescar e aproveitar melhor o belo final de tarde, fomos todos convidados a conhecer e desfrutar de um delicioso banho em uma das cachoeiras particulares do sítio. A garotada adorou!

Assim foi a nossa excursão a uma parte da Rota do Caparaó, que completa, envolve os municípios de Jerônimo Monteiro, Alegre, Guaçuí, São Jose do Calçado, Dores do Rio Preto, Divino São Lourenço, Ibitirama, Irupi, Iúna, Muniz Freire e Ibatiba. Aos que quiserem desfrutar do que vimos em nosso passeio, mas perfazendo o circuito por inteiro, incluindo aí uma visita ao Pico da Bandeira, o ideal é que seja reservado para tanto no mínimo três dias, mas dá para perceber, que mesmo em um dia é possível fazer um passeio agradabilíssimo a essas paragens.

Quanto ao projeto em desenvolvimento em Marataízes o mesmo será tão mais oportuno quanto às oportunidades para que novos alunos possam participar, principalmente, nesta fase inicial, que venham a participar os alunos do recente treinamento turístico promovido pela municipalidade. Pois estes poderão vir a se tornar os multiplicadores necessários para que um dia o projeto não esmoreça por falta de novos tutores. Isso sem falar que dessa forma o projeto lhes oportunizará novas ferramentas para que os mesmos possam implantar aqui em nosso município um programa de receptivo turístico nos moldes do que vem sendo desenvolvido nas montanhas capixabas.

Fonte: O Autor
 
Por:  Renato Alves    |      Imprimir