Categoria Música  Noticia Atualizada em 01-09-2007

Vanessa da Mata reclamações por inovação na música
'É complicado dizer que não pode gravar Chico Buarque', diz Vanessa da Mata Mato-grossense fala das reclamações por inovação na música brasileira. Ela faz três shows em São Paulo para apresentar "Sim", seu mais recente disco. Ela faz três shows em São
Vanessa da Mata reclamações por inovação na música
Foto: http://g1.globo.com

Vanessa da Mata volta a São Paulo a partir desta sexta-feira (31) para uma série de três shows em que apresentará como carro-chefe as músicas de seu mais recente disco, intitulado "Sim".

De pegada jamaicana em uma parte das faixas e a suavidade característica da mato-grossense em outra, seu novo trabalho contou com um time de figuras conhecidas como Mario Caldato (Beastie Boys, Marisa Monte) e Kassin (Orquestra Imperial e +2) na produção, o baterista Sly Dunbar e o baixista Robbie Shakespeare (uma das cozinhas mais conhecidas do reggae) no instrumental de várias canções, além da participação de Ben Harper na bilíngüe "Boa sorte/Good luck".

Ela explica que as citações à Jamaica têm conexões com a sua própria história musical. "Como eu cantei reggae dos meus 17 aos 20 anos [como vocalista de apoio no famoso grupo jamaicano Black Uhuru], achei que essa levada iria caber em algumas canções que já tinham essa pegada", disse Vanessa. Ela, no entanto, se preocupou em não deixar o álbum como um trabalho temático. "Só pedi que fossem no máximo três músicas de reggae, porque eu não queria um disco de reggae. Queria um disco de ritmos variados."


Divulgação

A cantora contou com a participação de Ben Harper em uma faixa (Foto: Divulgação)Assim, ela convidou o norte-americano Ben Harper para uma parceria na tranqüila, mas levemente melancólica "Boa sorte/Good luck", que fala sobre rompimentos e despedidas.

"Eu cantei a música por telefone ao Ben Harper, que estava em Los Angeles, e ele adorou a canção a partir do momento em que soube do que se tratava a letra. Foi uma tradução literária. Se você perceber, a melodia é completamente diferente da minha porque não está na métrica do canto em português. Ele entendeu o que a letra dizia e gostou do tema", afirmou a cantora.

Sobre o que vem acontecendo na música brasileira e uma alardeada nova onda de cantoras, ela diz que existem caras de destaque, indepententemente do sexo. "Tem uma geração muito viva chegando, formada tanto por meninas como por meninos. Como esse é um país de cantoras, a gente dá mais bola para elas. Mas tem Junio Barreto, Fernando Catatau e outros, além de garotas excelentes como a Cibelle, a Tita Lima... há muita gente".

E ela discorda da idéia de que as dezenas de releituras a cada ano de Chico Buarque por novas cantoras represente um certo conservadorismo e uma grande falta de ousadia no cenário, como foi apontado recentemente pela cantora Nina Becker (Orquestra Imperial). "Como você pode dizer que é errado gravar Chico Buarque? Acho que é completamente compreensível uma novata querer gravá-lo", diz Vanessa, que, em seu segundo disco, interpretou "História de uma gata" do muso inspirador das estreantes.

"É até arriscado fazer Chico Buarque, porque é difícil fazer um novo arranjo, que desafie o original, que seja diferente do que já foi feito. Dá uma sensação de novo, porque não se faz uma coisa que supere o original", opina a mato-grossense. "Acho difícil botar o dedo, dizer que não deveria fazer isso ou fazer aquilo. Cada um tem que fazer o que gosta, o que quer. Que tenha o seu caminho."

Por Anderson Del Angelus

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Fonte: http://g1.globo.com
 
Por:  José Rubens Brumana    |      Imprimir