Além de política, hoje o que mais se fala em Itapemirim e Marataízes é sobre o caos que instalaram no Hospital e Maternidade Santa Helena
Além de política, hoje o que mais se fala em Itapemirim e Marataízes é sobre
o caos que instalaram no Hospital e Maternidade Santa Helena. Nas ruas e
esquinas paira uma pergunta no ar: A quem interessa o fechamento do hospital
Santa Helena.
Logo me vem à cabeça que entre as classes que poderiam se interessar pelo
fechamento, está a daqueles que praticam a política do quanto mais doente para
transportar melhor. Mas logo afastei essa idéia, pois ela é absurda, pois onde
já se viu pensar que alguém possa vir a querer tirar proveito da mazela alheia.
Isso não existe.
Há, pode ser que para alguém seja interessante depreciar o hospital até ele
ficar tão caidinho que ninguém mais vai querer ser atendido ali e assim tenham
que buscar outras alternativas próximas. Não, isso não pode ser, seria desumano,
ninguém faria isso.
Quem sabe então, o negócio é arrumar alguma forma de fazer o hospital ficar bem
baratinho e aí entregar o danado quase de graça, ou até arrumar um jeitinho pra
sair de graça mesmo, algo do tipo comodato. Ai, ai, ai, já vi esse enredo antes.
Não, não, não é nada disso. Os fatos nos fazem afastar todos esses pensamentos.
O hospital não pode estar sendo fechado, ele deu lucro em 2006. O balanço
financeiro do hospital, publicado em junho deste ano no Jornal Folha do Sul,
referente ao exercício de 2006, diz em letras garrafais que o hospital e
Maternidade Santa Helena fechou o ano com chave de ouro, ou melhor, com um
superávit de mais de trezentos mil reais. Sendo assim, é claro que essa história
de fechamento, de falência, não deve passar de um pesadelo que estou tendo,
logo, logo eu devo acordar.
E mais, tenho certeza de que ao acordar, verei que o Estado, e aqui leia-se os
entes federados, ou seja, União, Estado e Municípios, terão resolvido a questão
do Santa Helena. Tenho certeza também, de que não foi em vão, os quase dois
milhões de reais em dinheiro público, que o Santa Helena recebeu em 2006. Tenho
certeza de que a Administração de Itapemirim interpretará nesse momento tão
nebuloso, de forma correta, o Estatuto da Associação criadora do hospital,
principalmente, a parte final do artigo 7º.
Durante esse meu pesadelo, alguém que não reconhecia, insistia em me perguntar:
Como pode Itapemirim dizer que não pode arcar com a desapropriação do Santa
Helena e ao mesmo tempo afirmar ter condições de construir um hospital novo em
Itaipava? Não seria mais correto ajeitar o problema de gestão e aproveitar uma
estrutura predial e de equipamentos já existentes do que partir do zero? Porque
em Cachoeiro, município muito mais rico que Itapemirim não conseguiu até hoje
colocar em funcionamento idéia parecida?
No mais, tenho esperança de que esta gestão que hoje está no comando do Santa
Helena, perceberá que o grande gargalo da instituição está nos montantes de sua
folha de pagamento, que representa, segundo o balanço de 2006, mais de 96% de
toda a despesa operacional do hospital. Notem que só em pagamento efetuado via
recibo, o montante representa mais de quatrocentos e quarenta mil reais.
Estou acordando, sonho em logo cedo ler nas manchetes dos jornais: O Hospital e
Maternidade Santa Helena é referência médica e hospitalar no sul do estado.
Fonte: O Autor
|