Categoria Música  Noticia Atualizada em 16-09-2007

'Não tenho pretensão de ser sambista', diz Maria Rita
'Não tenho pretensão de ser sambista', diz Maria Rita Cantora lança 'Samba meu' com apoio de bambas Arlindo Cruz e Beth Carvalho. Álbum é lançado nesta sexta-feira (14).
'Não tenho pretensão de ser sambista', diz Maria Rita
Foto:divulgação

Maria Rita não gosta de planos. Intuitiva e ao mesmo tempo inquieta, diz que tem dor de cabeça quando fica em casa. Em seu terceiro trabalho, "Samba meu", decidiu homenagear o gênero mesmo não sendo da comunidade, depois de vencer a insegurança devido ao apoio de músicos respeitados como Arlindo Cruz – que assina seis das 14 composições do álbum – e Beth Carvalho.

Marcelo D2, citado no encarte do disco, é referência. "Ele é um cara que ama o samba, que faz misturas de maneira muito inteligente e inovadora. É uma forma de amor muito verdadeira", diz a cantora, que conheceu o gênero graças a um walkman que ganhou de presente do pai, o pianista César Camargo Mariano, quanto tinha 12 ou 13 anos.

"Não tinha fita cassete e eu ficava sintonizando rádio popular, ouvia Fundo de Quintal", conta. "Depois, quando morei nos Estados Unidos, ouvia Gilberto Gil, Chico Buarque, coisas típicas que tocam lá fora. Sempre curti muito, mas como ouvinte. Flertei com o samba no primeiro e no segundo disco, então não é um mundo completamente estranho para mim."

Mesmo assim, ela conta, ficou insegura com a idéia de gravar um álbum especialmente dedicado ao gênero. "Minha insegurança foi superada por causa do contato com as pessoas com quem tive o prazer de cruzar, que me encorajaram – Arlindo Cruz, Beth Carvalho, Diogo Nogueira, Alcione... Não houve reação negativa da comunidade. Prova disso é a quantidade de músicas que recebi. O Sérgio Meriti fez 14 faixas. Daria para fazer um disco duplo logo de cara."

Mas, como boa virginiana, está "esperando para ver o que vai acontecer". "Não sou uma artista que planeja o próximo disco, que planeja passos da carreira. Sou muito intuitiva, vou pelo que me soa verdadeiro no momento. Posso dizer que o samba vai continuar presente na minha vida, mas ainda não pensei nas conseqüências."

E, mesmo sem planos, Maria Rita parece estar muito bem assim. "Me sinto mais viva quando arrisco. Sou uma pessoa muito curiosa, estou sempre buscando aprender coisas novas, e uma forma de aprendizado é se arriscar. Estou ficando mais velha e já tenho algumas historinhas para contar, de arriscar e não ser muito feliz. Mas esse movimento é positivo porque gera debate."

‘Não tenho a pretensão de ser sambista’
Quanto a se lançar no terreno da composição, a resposta é direta. "Eu não acho que tenha nada para dizer, me dá até aflição. Para isso tem o Marcelo Camelo, o Arlindo Cruz", diz. "Admiro o Rappa, adoro Marcelo Camelo e Rodrigo Amarante. São parceiros para a minha vida. Sempre que possível, quero tê-los perto de mim. Mas nesse momento não posso nem pensar no que vai acontecer depois."

"Eu não tenho a pretensão de ser sambista, eu não nasci no morro, eu não nasci no Rio, não vivi o samba do jeito que os sambistas dizem, e sim do ponto de vista do ouvinte", avisa. "Esse disco é uma declaração de amor, baseado na paixão que eu tenho e no bem que o samba me faz."


Fonte: http://g1.globo.com
 
Por:  José Rubens Brumana    |      Imprimir