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BANCO SILVESTRE
Estranho como algumas coisas acontecem nesta vida. Chegam a serem fantásticos determinados fatos que sucedem no nosso cotidiano.
BANCO SILVESTRE

Estranho como algumas coisas acontecem nesta vida. Chegam a serem fantásticos determinados fatos que sucedem no nosso cotidiano. Hoje, conto a história de um banco. Não estou falando do Banco, o estabelecimento comercial, mas de um banco que serve de assento para nós nos acomodarmos para um bate-papo, assistir aos ofícios religiosos na igreja, fazermos refeições, assistir às aulas, enfim o banco que se presta a muitas utilidades. E este banco, mais uma vez, foi fruto do trabalho de um jovem que muito se empenha neste mister, o Victor.

O jovem Victor fez o banco para mim, há cerca de dois meses, com muito esmero, trouxe-me o banco ainda um pouco rústico, visto que a madeira utilizada estava num estado seminatural, e ainda apresentava aquele cheirinho especial que a madeira deixa escapar. Foi bom, gostei do novo móvel, bem feito, bem produzido, do jeito que eu pedi.

Assim que o banco chegou, comecei a filosofar um trecho de um dos livros do escritor mineiro Guimarães Rosa – "O mais importante e bonito do mundo é isto: que as pessoas não estão sempre iguais, mas que elas vão mudando sempre".

Interessante que o banco antes de sê-lo, fora matéria-prima extraída da árvore diretamente da natureza e aquela madeira até chegar às mãos do fabricante do banco,passara por vários processos de transformação. E o mais importante é que do seu estado natural, bruto e silvestre, ela chegou a um estágio final, depois de passar por todos processos, de se ver transformada em banco e de poder ser de uma grande e útil serventia.

Todos estes fatos e situações criadas em relação ao banco e ao trecho de Guimarães Rosa me levaram a pensar no seguinte: Assim como a madeira fora transformada num bonito, útil e esplêndido bem material, o mesmo procedimento deveria ocorrer mais vezes com os seres humanos, pois cruzam os nossos caminhos pessoas brutas, grosseiras, tiranos, neuróticos, opressores e verdadeiros "dinossauros".A madeira submeteu-se a vários processos e se deixou transformar a bem da humanidade.

As pessoas deveriam meditar também sobre o grande mal que elas causam aos outros pelo procedimento inconveniente, inadequado, injusto e anticristão e procurassem melhorar áreas de sua vida malresolvidas, trazendo alegria e felicidade a quantos as rodeiam.

Aquele banco que no início despertou em mim um julgamento para qualificá-lo como silvestre, agora me leva a ter um novo olhar sobre ele e fico feliz por vê-lo desta forma e entender que sempre valerá a pena repetir o trecho de Guimarães Rosa – "O mais importante e bonito do mundo é isto: que as pessoas não estão sempre iguais, mas elas vão sempre "mudando" e permita-me acrescentar – mudando, quando elas querem. Deixo para o final uma frase de Helen Keller – "Acredito na bondade humana". Sempre há uma esperança.

Autor: Luiz Antônio Damasceno - 26/10/2007

    Fonte: O Autor
 
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