Categoria Geral  Noticia Atualizada em 13-11-2007

Benazir Bhutto exige renúncia de presidente do Paquistão
Ex-premiê disse que Musharraf deveria renunciar também como chefe do Exército. Casa de líder da oposição está cerca
Benazir Bhutto exige renúncia de presidente do Paquistão
Foto: Anjum Naveed/AP

Detida na própria residência, a ex-primeira-ministra paquistanesa Benazir Bhutto exigiu nesta terça-feira (13) que o presidente do Paquistão, Pervez Musharraf, abandone a chefia do Estado e das Forças Armadas, ao considerar que o general "foi longe demais".

"Musharraf deveria renunciar como chefe do Exército e como presidente", disse a ex-governante, em Lahore, no leste do país. Ela recebeu nesta madrugada uma ordem de prisão residencial, quando se preparava para liderar uma manifestação de protesto contra o estado de exceção. "Acabou a época da ditadura", completou ela.

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Em declarações dadas na casa onde está confinada desde a madrugada, Bhutto afirmou que o presidente acabou "com o caminho da democracia" no Paquistão. A residência está cercada por mais de 1.100 oficiais da polícia, assim comos os acessos à casa. Para garantir que Bhutto não deixe o local e nem receba visitas, as forças de segurança utilizaram arame farpado, barreiras de madeira e contêineres.

A ex-primeira-ministra, segundo o canal "Dawn", afirmou que o Partido Popular do Paquistão (PPP), que ela lidera, não mantém conversas com o general, "nem direta nem indiretamente". Foi uma referência ao acordo de poder compartilhado que vinha sendo negociado há meses.

Ela também opinou que os EUA "agem bem ao pressionar Musharraf a voltar à democracia". Mas considerou que o general, que declarou o estado de exceção no Paquistão no último dia 3, "não está escutando" os seus próprios aliados.

"Peço à comunidade internacional que deixe de apoiá-lo, que cesse de sustentar o homem cuja ditadura ameaça afundar esta potência nuclear no caos", acrescentou no 10º dia do estado de exceção instaurado por Musharraf.

Partidários da ex-primeira-ministra paquistanesa realizaram nesta terça-feira em Lahore uma manifestação contra o presidente Pervez Musharraf, mas sem a presença de sua líder.

Militantes do Partido do Povo Paquistanês (PPP) se reuniram em uma estrada onde centenas de carros partiram em procissão em direção à cidade de Kasur, perto da fronteira com a Índia, afirmou para a agência de notícias "France Presse" o presidente do PPP na província de Pendjab, Shah Mahmud Qureshi.

Bhutto está retida na casa de um dirigente do PPP. O governo regional de Punjab emitiu uma ordem de prisão domiciliar contra ela, válida por uma semana.

As forças de segurança lançaram na noite de segunda-feira uma batida em Lahore e detiveram cerca de 200 ativistas do PPP. Em todo o Punjab são cerca de 3 mil militantes de oposição detidos, segundo um porta-voz do partido.

O objetivo é impedir a grande manifestação convocada para esta terça pelo partido de Bhutto contra o estado de exceção, um protesto que o governo declarou ilegal.

Detida, Benazir Bhutto exige renúncia de presidente do Paquistão. Ex-premiê disse que Musharraf deveria renunciar também como chefe do Exército. Casa de líder da oposição está cerca por policiais, arame farpado e barreiras de madeira.

Fonte:

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Por:  Felipe Campos Estevão de Freitas    |      Imprimir