Categoria Geral  Noticia Atualizada em 13-11-2007

Força-tarefa tenta controlar situação em presídio no Recife
Em dois dias, três presos morreram e 43 ficaram feridos em rebeliões no Aníbal Bruno. Unidade tem capacidade para 1,4 mil pessoas,
Força-tarefa tenta controlar situação em presídio no Recife
Foto: Reprodução/ TV Globo

Uma força-tarefa formada por cerca de 300 policiais civis e militares e agentes penitenciários tenta controlar a situação no presídio Aníbal Bruno, no Recife, nesta terça-feira (13). Entre domingo (11) e segunda-feira (12), foram registradas três rebeliões na unidade. Pelo menos três detentos morreram e 43 ficaram feridos. Dois pavilhões foram destruídos. O clima ainda é de tensão na unidade.

O sargento Ricardo Lima, chefe da guarda interna do presídio, disse que os presos dos prédios danificados estão soltos e não há lugar para eles. "As celas de dois pavilhões foram destruídas, o rancho [cozinha], a escola, a disciplina. Eles estão sob a supervisão da PM, porque a polícia está nesse esforço coletivo para trazer a situação de volta ao normal."

Para o secretário de Ressocialização, Humberto Vianna, é necessário manter a vigilância. "Houve momentos de tranqüilidade, mas não podemos dizer que a situação está controlada."

O presídio Aníbal Bruno é o maior do estado, com capacidade para 1.440 detentos. Atualmente, está superlotado e abriga 3,9 mil homens.

Confusão
A confusão no presídio começou no domingo (11), em uma rebelião que durou cerca de seis horas e deixou um preso morto e 40 feridos. Duzentos policiais precisaram entrar no Aníbal Bruno. Eles usaram bombas de efeito moral para tentar conter os presos. O secretário de Ressocialização acredita que 2 mil homens chegaram a ficar rebelados.

Na manhã de segunda-feira (12), houve um novo motim, que logo foi controlado. Na noite de segunda, os presos se rebeleram e foram registradas outras duas mortes.

Investigação
A Secretaria de Ressocialização deve abrir sindicância para investigar as causas dos motins. A polícia trabalha com três hipóteses: uma briga entre detentos depois do desentendimentos com o chaveiro (preso responsável por abrir e fechar o local) do pavilhão D, o pedido de transferência de um detento e a insatisfação com a cobrança da apresentação de um cartão de acesso à unidade, impedindo que os visitantes entrem apenas com a carteira de identidade.

O superintendente de Segurança Penitenciária, Isaac Wanderley, explicou que a medida tem o objetivo de evitar que ainda mais pessoas entrem no presídio já superlotado e que, portanto, a cobrança dos cartões não pode ser extinta.

O Ministério Público deve solicitar a abertura de inquérito para apurar as responsabilidades dos crimes cometidos durante as últimas rebeliões.

O juiz da Vara de Execuções Penais, Adeíldo Nunes, está aguardando um relatório sobre a situação no Aníbal Bruno, para que a Justiça tome as primeiras providências. "Podemos dizer que essa situação já era esperada, porque administrar um presídio com quase 4 mil pessoas é impossível", disse o juiz.

Força-tarefa tenta controlar situação em presídio no Recife. Em dois dias, três presos morreram e 43 ficaram feridos em rebeliões no Aníbal Bruno. Unidade tem capacidade para 1,4 mil pessoas, mas abriga 3,9 mil.

Fonte:

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Por:  Felipe Campos Estevão de Freitas    |      Imprimir