Categoria Ciência e Saúde  Noticia Atualizada em 19-11-2007

Maratimba é destaque Nacional
O cirurgião-dentista, Moysés Francisco Vieira Netto, foi um dos homenageados na Câmara dos Deputados no dia do Dentista
Maratimba é destaque Nacional
Foto: Arquivo Faesa

Maratimba é destaque Nacional em Pesquisa sobre Saúde Bucal.

O cirurgião-dentista e professor do curso de Odontologia da FAESA (Vitória-ES), Moysés Francisco Vieira Netto, foi um dos homenageados na Câmara dos Deputados no último dia 25/10/07 pelo dia do Dentista e sua trajetória de destaque na saúde pública.

Depois de ocupar o cargo de coordenador de saúde bucal em diversos municípios, inclusive de Marataízes, três anos à frente da Coordenação Estadual, Monitoria em Controle Social para o Ministério da Saúde, visita oficiais aos serviços odontológicos de Cuba e ter recebido nota de louvor a sua monografia de Especialista em Saúde Pública pela Universidade de São Paulo, o maratimba Vieira Netto soma a seu currículo o título de Mestre com a defesa de uma pesquisa inédita no Brasil, que aborda a saúde bucal e a violência com uma abordagem sociológica.

"O Estado enquanto provedor de direito e seu dever constitucional de zelar pela qualidade de vida, e assim, pela saúde bucal do povo, nos dias em que vivemos é o maior executor da violência, quando negligencia, omite, exclui o usuário de acesso aos seus serviços que, na maioria das vezes é muito precário" arfima o pesquisador.

O estudo foi desenvolvido durante mais de 2 anos com enfoque para a organização dos serviços municipais de saúde bucal do setor público, com o objetivo de identificar as percepções, conhecimentos e atitudes das coordenações odontológicas do Espírito Santo. Para o professor Moysés o resultado foi desafiador, "temos uma classe odontológica que necessita de maior inserção na saúde pública. Somos uma classe que por anos ficamos à margem das decisões e discussões públicas, por isso, ainda temos essa dívida com nosso povo".

Tendo como base o último levantamento das condições de saúde bucal do brasileiro, a pesquisa nos aponta para um número cruel: nossos adolescentes têm chegado aos dezoito anos com apenas 55% dos seus dentes na boca. Então, o estudo de mestrado conclui com um alerta: "as coordenações municipais de saúde bucal já avançaram muito, mas ainda parece difícil reconhecer e lutar pelo nosso espaço, em prol da melhoria do acesso aos serviços odontológicos. Quando não organizamos nossos serviços priorizando os grupos de risco e deixando à margem àqueles que mais precisam, estamos sendo co-participantes, co-adjuvantes do processo de violência, estamos cometendo violência".

Essa violência abordada na pesquisa é chamando pelos estudiosos de violência estrutural, é quando o estado, as Instituições ao invés de proteger, violentam, dificultam o pleno exercício da cidadania. "Essa violência é a pior. Muitas vezes não vende jornal, não parece nos noticiários de TV, ela é quase oculta, e tem se manifestado em nosso meio como algo sem cura, irreparável, ou pior, como uma ordem do mundo moderno e capitalista. Com isso, o Estado se dissocia do povo, é cada um e Deus por todos. Esse é o maior absurdo que já vi, é a pior manifestação de violência porque é precursora de tantas outras" desabafa Vieira Netto.

Não em tom de denúncia, mas de alerta e sensibilização á nossa classe, da necessidade urgente de maior responsabilização pelo cuidado à saúde bucal do brasileiro, através da participação consciente e pró-ativa de todos nós, cirurgiões-dentistas, no setor público/coletivo.

    Fonte: Redação Maratimba.com
 
Por:  Adriano Costa Pereira    |      Imprimir