Categoria Politica  Noticia Atualizada em 30-11-2007

Escândalo de doações ilegais no Reino Unido
Partidária envolveu um dos mais próximos colaboradores de Brown em escândalo
Escândalo de doações ilegais no Reino Unido
Premiê britânico, Gordon Brown. Foto: Reuters

O novo escândalo das doações ilegais ao Partido Trabalhista atingiu o primeiro-ministro britânico, Gordon Brown, depois que a líder adjunta da legenda, Harriet Harman, envolveu um dos mais próximos colaboradores do chefe de governo em sua decisão de aceitar financiamento ilegal de campanha.

A Comissão Eleitoral pediu à Polícia Metropolitana que investigue se a doação de 858 mil euros ao partido pelo empresário do setor imobiliário David Abrahams através de terceiros violou a lei britânica sobre financiamento de partidos.

Brown poderia se tornar assim o segundo chefe do governo britânico em exercício a ser interrogado pela polícia em relação ao suposto financiamento irregular do partido governante.

O primeiro foi Tony Blair, que teve que se defender da acusação de que seu partido tinha oferecido títulos honoríficos a seus financiadores do mundo empresarial.

Ao envolver o círculo de Brown no caso, Harriet Harman parece lutar por sua própria sobrevivência política. A imprensa britânica já fala em uma "guerra declarada" dentro do partido.

Na noite de quinta-feira (29), Harman, que é vice-líder trabalhista na Câmara dos Comuns e esposa do tesoureiro do partido, Jack Dromey, acusou o coordenador da campanha de Brown para a sucessão de Tony Blair de tê-la proposto que aceitasse uma doação de Abrahams feita por meio de uma terceira pessoa.

Segundo Harman, ele a teria recomendado que aceitasse um cheque de 5 mil libras (cerca R$ 18,5 mil), apesar de ele mesmo ter recusado uma doação da mesma pessoa para a campanha de seu chefe, Gordon Brown.

Na entrevista coletiva da terça-feira em Downing Street, o primeiro-ministro não mencionou o envolvimento de seu homem de confiança na arrecadação de fundos ilegais de campanha.

Também não revelou que o próprio Abrahams tinha ligado para seus colaboradores para informar-lhes de que havia uma mulher, a secretária do empresário, disposta a dar dinheiro para a campanha.

Desde a explosão do escândalo, foi divulgado que o principal arrecadador de fundos do Partido Trabalhista, Jon Mendelsohn, sabia há dois meses que Abrahams tinha utilizado terceiros para canalizar suas doações à legenda.

O escândalo já fez sua primeira vítima: o secretário-geral do partido, Peter Watt, que renunciou na segunda-feira após admitir que não havia informado à Comissão Eleitoral a verdadeira identidade da pessoa que tinha feito as doações.

Brown admitiu esta semana que os donativos recebidos de Abrahams eram "ilegais", e seu porta-voz afirmou que o Partido Trabalhista cooperará "plenamente" com a investigação policial.

"O primeiro-ministro não tem nada a esconder, e está satisfeito que seja feita uma investigação para esclarecer um assunto tão sério", disse o porta-voz.

O personagem central do escândalo, David Abrahams, utilizou desde 2003 quatro intermediários para camuflar suas doações ao Partido Trabalhista.

Abrahams, empresário do setor imobiliário conhecido em círculos judeus e um membro ativo do Grupo de Amigos Trabalhistas de Israel, entregava dinheiro a esses intermediários, que depois levavam as contribuições em forma de cheques às campanhas de vários políticos trabalhistas.

A explosão deste novo escândalo já afeta a popularidade do trabalhismo, e uma pesquisa publicada nesta sexta pelo jornal "The Daily Telegraph" indica uma vantagem de 11 pontos - 43% contra 32% - da oposição conservadora frente aos trabalhistas, a maior diferença registrada entre os dois partidos desde os anos em que a conservadora Margaret Thatcher estava à frente do governo.

Escândalo de doações ilegais no Reino Unido atinge Gordon Brown. Partidária envolveu um dos mais próximos colaboradores de Brown em escândalo. Tony Blair já teve que se defender da acusação parecida durante mandato.

Fonte:

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Por:  Alexandre Costa Pereira    |      Imprimir