Categoria Tragédia  Noticia Atualizada em 27-12-2007

Morre ex-premiê do Paquistão Benazir Bhutto.
Após assassinato de Benazir Bhutto, paquistão tem onda de violência.
Morre ex-premiê do Paquistão Benazir Bhutto.
Foto: google

Líder oposicionista morreu em um atentado a bomba nesta 5ª feira. Manifestantes protestaram contra crime e polícia os dispersou com cassetetes.

A notícia do assassinato da ex-primeira-ministra Benazir Bhutto provocou uma onda de violência no Paquistão nesta quinta-feira (27). Policiais foram baleados, casas invadidas e saqueadas e carros foram incendiados em várias cidades.

A polícia paquistanesa dispersou com cassetetes e bombas de gás lacrimogêneo mais de cem manifestantes na cidade de Peshawar (no noroeste do país) que protestavam contra o assassinato da ex-primeira-ministra paquistanesa Benazir Bhutto.

Mais de uma centena de partidários de Bhutto bloqueavam a avenida principal da cidade, onde incendiaram cartazes publicitários, carros e ônibus. Eles gritavam palavras hostis ao presidente Pervez Musharraf. Uma delegacia de polícia foi apedrejada.

Tiros também foram ouvidos. Aparentemente, alguns manifestantes enfurecidos estavam armados e atiraram para o alto. Ainda não há informações sobre feridos.

Manifestações também foram registradas na cidade de Multan (no centro do país), onde uma centena de partidários do Partido do Povo Paquistanês (PPP) de Bhutto queimaram pneus e bloquearam a circulação. Os comerciantes locais decretaram três dias de luto.

As lojas também estavam fechadas em Karachi, o feudo político de Benazir Bhutto, onde manifestantes incendiaram pneus e bloquearam estradas.

"É uma tragédia terrível... Que Allah salve o Paquistão!", afirmou Shahina Begum, um morador de Karachi.

A corte, vários bancos e outros prédios de Jacobabad, cidade natal do primeiro-ministro paquistanês, também foram incendiados.

Outras cidades menores estão registrando atos de vandalismo após a divulgação da morte de Bhutto.

Com o governo ciente das manifestações, as forças policiais e paramilitares do Paquistão foram colocadas em alerta vermelho nesta quinta-feira, informou o Ministério do Interior paquistanês.

Reunião de emergência
O presidente paquistanês, Pervez Musharraf, convocou uma reunião de emergência e fez um apelo público à paz, horas após o assassinato da ex-premiê Benazir Bhutto.

Segundo a televisão estatal do Paquistão, o chefe de Estado, que presidia reunião de emergência de seu governo e das autoridades militares no palácio presidencial de Islamabad, pediu aos cidadãos para neutralizaram "os desígnios diabólicos dos terroristas".

O atentado
Bhutto morreu nesta quinta-feira (27) em um atentado a bomba no Paquistão quando articipava de um comício político na cidade de Rawalpindi, a 12 quilômetros da capital, Islamabad. Bhutto retornou ao país em outubro, depois de anos de exílio, e era considerada uma das favoritas nas eleições parlamentares de 8 de janeiro.

Ao menos 20 pessoas morreram neste atentado a bomba. Há cerca de 40 feridos.

Segundo o ministro do Interior, foi uma ação suicida. "Foi um atentado. Não sabemos ainda o número certo de vítimas. O suicida provocou a explosão quando as pessoas estavam se dispersando depois da manifestação de Bhutto", afirmou o porta-voz do ministro, Javad Iqbal Cheema.

Wasif Ali Khan, membro do partido de Bhutto que estava no hospital de Rawalpindi, confirmou a morte. "Às 18h16 (11h16 pelo horário do Brasil), ela morreu", disse Ali Khan.

Benazir foi atingida por tiros no pescoço e no peito, quando se preparava para deixar o ato político. O agressor se matou logo após atingir a ex-premiê, afirmou Rehman Malik, assessor de segurança de Bhutto.

A morte de Bhutto, uma líder política carismática de 54 anos, pode complicar ainda mais o já conturbado momento político que o país vive. Autoridades paquistanesas e estrangeiras temem protestos em massa e novos atos de violência nos próximos dias.

Tiroteio
Horas antes, em outro ato de violência no Paquistão, desta vez em Islamabad, pelo menos quatro pessoas morreram em tiroteios durante um comício do ex-premiê Nawaz Sharif, outro líder da oposição.

"Quatro pessoas morreram e várias ficaram feridas", disse à France Presse um oficial da polícia de Islamabad, Syed Kalim Imam.

O incidente aconteceu em um subúrbio da capital, quando militantes do partido de Sharif preparavam bandeiras antes da chegada de seu líder e uma briga teve início.

A violência no Paquistão
A morte de Benazir Bhutto é a última ocorrência de uma série sem precedente de atentados suicidas na história do Paquistão.

O mais sangrento até o momento aconteceu durante uma manifestação do partido de Bhutto em 18 de outubro, quando dois homens-bomba mataram 139 pessoas em uma gigantesca passeata de simpatizantes que celebravam, em Karachi), o retorno da ex-premiê após seis anos de exílio.

Nessa ocasião, Bhutto escapou ilesa -porque estava dentro de um caminhão blindado à frente do cortejo.

Na última quarta-feira, o presidente paquistanês, o general Pervez Musharraf, afirmou ao colega afegão, Hamid Karzai, que visitava Islamabad, que o terrorismo islâmico está "destruindo" os dois países.

Crise recente
No mês passado, o Paquistão entrou uma grave crise interna, após o presidente Pervez Musharraf declarar estado de exceção no país, poucos dias antes de a Corte Suprema se pronunciar sobre a legalidade de sua recente reeleição como chefe de Estado.

Fonte:

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Por:  Giulliano Maurício Furtado    |      Imprimir