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S. Clemente promete irreverência em homenagem à Família Real

Frangos dançarão minueto em um dos carros da escola, de volta ao Grupo Especial
S. Clemente promete irreverência em homenagem à Família Real

Foto: Reprodução

Num enredo sobre os 200 anos da chegada da Família Real ao Brasil, existe espaço para a irreverência? Para a São Clemente, primeira escola a se apresentar no domingo de carnaval (3 de fevereiro), sim. Com o enredo "O clemente João VI no Rio: a redescoberta do Brasil...", a escola volta ao Grupo Especial prometendo dar sua versão à temporada joanina nos trópicos cariocas.

"A São Clemente manterá o bom humor, que é característico do carnaval. Por exemplo, o frango, muito associado à figura de Dom João, será um personagem importante no nosso desfile", afirma Mauro Quintaes, 49, um dos carnavalescos que compõem a comissão de carnaval da amarela-e-preta, junto com Milton Cunha e Fábio Santos.

Quintaes se refere a uma das alegorias da São Clemente, que retrata a cozinha do Palácio de São Cristóvão, onde Dom João VI morou no Brasil. No dia do desfile, os frangos dançarão o minueto na parte superior do carro.

"Vamos fazer o baile dos frangos, que não deixa de ser uma inversão de valores própria da irreverência do carnaval carioca. O bom humor predomina do início ao fim no nosso desfile", explica Mauro, que estende essa visão peculiar da história em outras alegorias.

"Esculturas de nobres usarão chapéus de araras e índios vestirão casacas européias. É a miscigenação que se dá com a união de três raças: o índio, o negro e o branco, com a vinda da corte de Dom João ao Rio de Janeiro", acrescenta Quintaes.

Alegria e colorido nos figurinos

A irreverência ganha outro significado quando o assunto são os figurinos da São Clemente: a alegria. É o que afirma Fábio Santos, de 26 anos, carnavalesco responsável pelas fantasias que a amarela-e-preta de Botafogo mostrará na Avenida.

"Já que estamos de volta ao Grupo Especial, esta é a hora de mudar. A São Clemente vai desfilar de cara nova na Sapucaí, mas sem esquecer a alegria, que é uma de suas marcas registradas. Nossas roupas têm muito luxo e muita cor", diz Fábio Santos, em sua primeira experiência no Grupo Especial.

O samba de 2008, lembra Fábio, também reflete esse espírito alegre e irreverente que a escola quer mostrar este ano, principalmente nos dois primeiros versos do refrão principal: "Cerimônia na corte... "Fechou geral" / Maria a Louca arrasou no visual". No entanto, mesmo fazendo uso do bom humor, a comissão de carnaval garante: a São Clemente não vai denegrir a imagem de Dom João VI durante seu desfile.

"A São Clemente é uma escola jovem, que tem na irreverência sua marca desde os anos 1980, quando desfilou enredos políticos e sociais na Sapucaí. Mas, este ano, mesmo com um olhar divertido deste importante capítulo da nossa história, nós vamos preservar a figura de Dom João VI como um grande monarca luso-brasileiro, que deixou um grande legado no Rio de Janeiro", reforça o carnavalesco Mauro Quintaes.

S. Clemente promete irreverência em homenagem à Família Real.

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Por: Felipe Campos | Imprimir