Categoria Verão  Noticia Atualizada em 29-12-2007

Comissão pode ir à Colômbia sem coordenadas das Farc
Falta de segurança para guerrilha poderia atrasar libertação de reféns
Comissão pode ir à Colômbia sem coordenadas das Farc
Foto: http://www.vanguardia.com.mx/XStatic/vanguardia/images

A comissão internacional que participa da operação de resgate dos três reféns das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) deve viajar da Venezuela à Colômbia neste sábado para a segunda etapa da missão sem conhecer as coordenadas do local em que os seqüestrados serão postos em liberdade.

O assessor especial da Presidência, Marco Aurélio Garcia, havia dito nesta sexta-feira que, se a comissão deixasse o território venezuelano no início da manhã deste sábado "era um bom sinal que indica que as coisas vão bem". Mas não foi assim. Garcia e os demais integrantes da comissão internacional deveriam ter saído antes do meio-dia (14h30 em Brasília) em direção à Colômbia, mas continuam aguardando em um hotel em Caracas.

Uma fonte do Itamaraty afirmou à BBC Brasil que o novo horário estabelecido para a saída da comissão internacional é 14h30 (17h em Brasília), e que eles viajariam diretamente à cidade colombiana de Villavicencio - município que servirá de ponto de partida da operação de resgate.
No entanto, a viagem dos jornalistas que acompanham a comissão internacional foi adiada, o que pode indicar problemas e possivelmente novos atrasos para o grupo.

Além do assessor da Presidência participam da comissão o ex-presidente argentino Néstor Kirchner, representantes dos governos da Bolívia, Cuba, Equador, França e Suíça e o cineasta americano Oliver Stone, que planeja filmar a libertação dos reféns.

Longa espera

Os dois primeiros helicópteros que chegaram nesta sexta-feira a Villavicencio também aguardam as coordenadas das Farc para poder iniciar a operação. Nos helicópteros estão os integrantes da Cruz Vermelha Internacional e o vice-ministro venezuelano para a América Latina, Rodolfo Saénz.

Marco Aurélio Garcia acredita que as Farc estejam enfrentando dificuldades para encontrar um lugar seguro para a guerrilha libertar os reféns.

Villavicencio e seus arredores são um dos epicentros do plano Segurança Patriótica, com o qual o presidente da Colômbia, Álvaro Uribe, pretende eliminar a ação de grupos guerrilheiros.

A operação de resgate atende à decisão das Farc, que decidiram libertar - como um "ato de desagravo" ao presidente venezuelano, Hugo Chávez - os três reféns: Clara Rojas, ex-assessora de campanha da ex-candidata presidencial Ingrid Betancourt, seu filho Emmanuel, nascido em cativeiro, e a ex-parlamentar Consuelo González de Perdomo.

O mandatário venezuelano, que atuava como mediador do acordo humanitário entre a guerrilha e o governo colombiano, foi afastado das negociações por Álvaro Uribe.

Apesar disso, as Farc anunciaram que só entregariam os reféns a Chávez ou a quem ele determinasse. O mandatário venezuelano é o coordenador da operação, mas não participará da última fase do resgate que será realizada na selva colombiana.

Contra o relógio

O resgate dos seqüestrados corre contra o tempo. O governo colombiano estipulou um prazo que teria sido acordado com o governo da Venezuela para que a operação de resgate fosse finalizada até este domingo, antes das 18h59 horas (20h29 em Brasília).

A cada hora que passa, se reduzem as possibilidades de que os três reféns colombianos sejam libertados ainda neste sábado, conforme anunciou Chávez. Dificilmente o resgate ocorrerá durante a noite, por razões de segurança e devido às dificuldades de acesso à selva colombiana.

O presidente venezuelano coordena toda a operação, mas não participará da comissão de resgate dos reféns. O ex-ministro de Interior e Justiça venezuelano, Ramón Rodríguez Chacín está encarregado de mediar o contato entre o governo e a guerrilha.

Os familiares dos reféns estão na Venezuela e devem aguardar, junto com o presidente Chávez, a chegada de Clara, Emmanuel e Consuelo. Ainda não há informação sobre o possível ponto de chegada. Os três seqüestrados fazem parte de um grupo de 45 pessoas seqüestradas pelas Farc.

A guerrilha pretende trocar os reféns por cerca de 500 guerrilheiros presos, mas as negociações do acordo foram paralisadas desde que Chávez saiu da mediação.

Comissão pode ir à Colômbia sem coordenadas das Farc
Falta de segurança para guerrilha poderia atrasar libertação de reféns.

Fonte:

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Por:  Alexandre Costa Pereira    |      Imprimir