Categoria Informativo  Noticia Atualizada em 03-01-2008

Justiça apreende CDs por suspeita de propaganda eleitoral
Música elogia prefeito de Chapecó (SC), João Rodrigues (DEM)
Justiça apreende CDs por suspeita de propaganda eleitoral

A Justiça Eleitoral determinou a apreensão de CDs de um cantor de Chapecó (SC) por suspeita de propaganda eleitoral antecipada. A principal música do CD, "Não frites Chapecó", faz elogios ao atual prefeito, João Rodrigues (DEM). A medida foi tomada após ação judicial do diretório do Partido dos Trabalhadores (PT) do município.


Segundo o PT, a letra é um trocadilho com o nome do ex-ministro da Pesca, José Fritsch, que administrou a cidade por dois mandatos e é cotado para disputar a eleição para a prefeitura de Chapecó novamente este ano.

"João Rodrigues de novo, homem do povo não governa só. Vem governar com o João, não frites Chapecó. Já fomos fritados duas vezes, três vezes é muito pior. É João Rodrigues de novo, prefeito de Chapecó", diz a música, de autoria do cantor Giove, que diz ser um artista popular e não ter ligação com nenhum partido político.

A apreensão aconteceu na última quinta-feira (27). Segundo o cantor, foram levadas quatro ou cinco matrizes do CD, que seriam levadas para produção em Manaus. O lançamento estava previsto para ser realizado na metade do ano.



Procurado pelo G1, o prefeito de Chapecó, João Rodrigues, diz que não tem vinculação com o cantor. "O rapaz é um artista. Ele não gravou uma música, ele gravou um CD com 14 faixas. Não haveria razão para contratar alguém para gravar um CD que é comercializado, até porque não sabemos se eu serei candidato", disse.

"Canto desde pop rock, música italiana e de raiz", conta Giove, que se preparava para o sexto CD - "de coletâneas" - e pretende entrar com um mandado de segurança na próxima segunda-feira (7) para reaver as matrizes do álbum. Ele cita outro trecho: "Até os comunistas se aliaram, e nos fritaram sem pena e nem dó. Deus me livre do comunismo, não frites Chapecó".

O cantor classifica a ação como "censura". "Estou espantado. Parece que voltamos a 64. Escrevi a música dentro da lei, da Constituição, que fala em liberdade de expressão", argumenta.

O ex-ministro José Fritsch diz que houve propaganda eleitoral antecipada e nega que a ação seja censura. "Meu apelido aqui é Fritsch, não me chamam por José Fritsch. A referência é claríssima. Não existe liberdade de expressão para calúnia e difamação", afirma.

Justiça apreende CDs por suspeita de propaganda eleitoral.

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Por:  Felipe Campos    |      Imprimir