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Fãs defendem celebridades que se envolvem em polêmicas

Admiradores de Roberto Carlos, Michael Jackson e Pete Doherty defendem ídolos
Fãs defendem celebridades que se envolvem em polêmicas

Foto: AP

Tenha conquistado ou não a duvidosa honra de celebridade mais problemática de 2007, Britney Spears ao menos já ganhou a defesa mais entusiasmada do ano, feita por Chris Crocker, garoto andrógino do sul dos Estados Unidos. O popular vídeo, no entanto, é apenas um exemplo mais visível (e bem mais caricato) do apoio dado por fãs quando seus ídolos se envolvem em polêmicas.

Roberto Carlos protagonizou um dos momentos mais debatidos do ano ao pedir e conseguir na Justiça a proibição de sua biografia. Alegou que o livro "Roberto Carlos em detalhes" é ofensivo à sua imagem. Na opinião de muitos, porém, o processo cerceia a liberdade de expressão.

O amazonense Carlyle Zamith Oliveira, 45, um dos responsáveis pelo Portal Clube do Rei Roberto Carlos na internet, afirma "que a liberdade de uma pessoa termina quando a da outra começa" e declara que é favor da proibição da obra.

"Li o livro diversas vezes. Se não entrasse na vida particular dele, seria um livro maravilhoso, perfeito. Com certeza o Roberto assinaria embaixo. É uma biografia linda, mas alguns capítulos incomodam", disse Oliveira.

Na opinião do fã do rei, houve pressa por parte de Paulo Cesar Araújo. Ele diz que poderia ter se verificado a autenticidade de fatos presentes no livro - apesar dos pedidos de entrevista terem sido recusado por Roberto Carlos. "A gente viu que o livro tinha um interesse comercial, não tinha um interesse maior", considera.

"O Roberto não está censurando ninguém, não está fazendo apologia à censura ou coisa parecida. Ele está simplesmente preservando a sua vida íntima, o que é um direito dele. A gente deveria respeitar mais as quatro décadas de [carreira de] Roberto Carlos, um artista que a gente não vê metido em farra ou coisa do tipo."

Carlyle Zamith Oliveira, que tem como sonho conhecer pessoalmente o rei, ressalta que não vetou comentários que criticaram o cantor em seu portal, que existe desde 2003 e é originário de um antigo site e fã-clube. "Nós deixamos o debate acontecer."

Michael Jackson
A auxiliar de escriório Carla Santana Silva, de 27 anos, coordena um fórum de discussão sobre Michael Jackson na internet. Fã desde criança do cantor, ela hoje adota a alcunha de Carla Jackson e relata que chegou a discutir com uma ex-chefe por causa das acusações de abuso sexual que pesaram sobre o pop star - e das quais ele foi declarado inocente em 2005.

"Tudo que eu puder fazer pelo nome dele, eu faço", diz ela, que é do Rio de Janeiro. Em várias entrevistas de emprego Carla acaba dizendo que seu sobrenome é Jackson. "É incrível ficar tantos anos acompanhando a mesma pessoa."

Sobre a cobertura da vida do cantor, Carla diz que a imprensa "fala sobre alguém que não conhece". "O que chama a atenção é o que vende jornal", diz.

Ela afirma que as constantes mudanças de visual, sempre acompanhadas pela mídia, e os adereços incomuns refletem uma personalidade reservada, mas que ao mesmo tempo necessita de atenção.

"O homem Michael Jackson é muito tímido. Então ele usa a luva, o chapéu, aquela máscara cirúrgica de antes. Mas já perguntaram para ele qual a razão de usar essas peças e ele disse que é para chamar atenção. Sobre as plásticas ele já falou que não são tantas assim. E se você observar as fotos o rosto dele não mudou tanto. Ficam dizendo que ele serrou o maxilar, mas não tem nada a ver", opina a fã.

"As pessoas falam sobre pedofilia, sobre a relação com as crianças. O que acontece é que ele é uma pessoa de sucesso, não tem em quem confiar. Uma pessoa comum vai estranhar, mas ele tem o próprio mundo dele, então fica confiar em alguém."

Pete Doherty

A estudante de cinema Tatiana Sooz, de 22 anos, acompanha a carreira do roqueiro-problema Pete Doherty desde quando o cantor estreou no Libertines. A fascinação pela música da finada banda inglesa levou a fã carioca a fazer uma tatuagem nas costas com o nome do grupo.

Ela continua a seguir os passos de Doherty (hoje no Babyshambles), que esteve em diversas páginas dos jornais de 2007 com suas brigas com a ex-namorada Kate Moss, os flagras do uso de drogas pesadas e os conseqüentes problemas com a Justiça.

Para Tatiana, a megaexposição do artista nos tablóides britânicos pode ser vista como uma forma de conviver com a natureza dessa indústria. "O Reino Unido todo tem aquela coisa de paparazzi, é difícil se esconder. Eu acho que a saída que ele arranjou foi fazer marketing em cima do comportamento. Cobra para dar entrevista, lança os diários dele... Ele está ganhando dinheiro com isso", diz Tatiana.

Ela também não condena as atitudes do cantor: "Para mim, o comportamento dele não é reprovável porque não me afeta de maneira nenhuma. Eu acho que isso varia de pessoa para pessoa. Se ele está prejudicando as pessoas à volta dele, aí é um problema para ele. Mas eu acho que ele tem que fazer o que ele acha melhor."

A estudante considera que se não houvesse tanto barulho sobre a vida particular de Doherty, o talento como músico e letrista teria mais espaço. Mas reconhece que a atenção do grande público seria bem menor.

Fãs defendem celebridades que se envolvem em polêmicas.

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Por: Felipe Campos | Imprimir