Bush cruzou postos de controle e assentamentos israelenses para visitar Belém e Ramallah, na Cisjordânia
Foto: AP JERUSALÉM (Reuters) - Endurecendo o tom contra Israel, o presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, exigiu na quinta-feira o fim da "ocupação" da Cisjordânia e sugeriu que um tratado que leve à criação do Estado palestino seja assinado dentro de um ano.
Os EUA raramente usam a palavra "ocupação", que tem fortes conotações políticas, para descrever a presença de Israel em territórios capturados na guerra de 1967.
"O estabelecimento de um Estado dos palestinos já está muito atrasado. O povo palestino merece [a independência]", disse Bush lendo nota a jornalistas num hotel em Jerusalém.
Na quinta-feira, Bush cruzou postos de controle e assentamentos israelenses para visitar Belém e Ramallah, na Cisjordânia. O tom de seu pronunciamento pode provocar problemas políticos para o governo de Israel, aliado incondicional dos EUA.
"Deve haver um fim da ocupação iniciada em 1967", disse Bush, que também pressionou os palestinos a conterem seus militantes. Ele disse que qualquer negociação deve levar à existência de "fronteiras seguras, reconhecidas e defensáveis" para Israel, junto com uma Palestina "viável, contígua, soberana e independente".
Muitos duvidam de que até o final de seu mandato, dentro de um ano, Bush consiga resolver um problema que já dura 60 anos.
"Acredito que vai acontecer, que será assinado um tratado de paz até a época de eu deixar o cargo", disse ele a jornalistas.
Alguns acham que o uso do termo "tratado de paz" indica que ele não vai se contentar com um "acordo-quadro", algo mais vago. Autoridades israelenses e palestinas dizem que, na opinião do primeiro-ministro de Israel, Ehud Olmert, o máximo que ocorrerá no governo Bush será esse acordo preliminar.
Bush também reafirmou o compromisso dos EUA com um plano de paz apresentado inicialmente em 2003. "Do lado israelense, isso inclui acabar com a expansão dos assentamentos e remover os postos avançados não-autorizados. Do lado palestino, isso inclui confrontar os terroristas e desmantelar a infra-estrutura terrorista", disse Bush.
"A segurança é fundamental. Nenhum acordo e nenhum Estado palestino nascerão do terror. Reafirmou o compromisso resoluto da América com a segurança de Israel."
Bush embarca na sexta-feira para o golfo Pérsico. Ele disse que pedirá aos governos árabes que se aproximem de Israel.
(Texto de Jeffrey Heller e Alastair Macdonald, reportagem adicional de Tabassum Zakaria e Adam Entous em Jerusalém).
Bush endurece tom e exige fim da ocupação israelense.
Fonte: http://noticias.uol.com.br
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