Categoria Geral  Noticia Atualizada em 18-01-2008

'Amor pelo samba vem da barriga da mãe'
Rose Nascimento desfila pela verde-e-rosa há 14 anos e já foi rainha de bateria. Escola homenageia duplo centenário: o do frevo e de Mestre Cartola
'Amor pelo samba vem da barriga da mãe'
Foto: Daniel Targueta / TV Globo

Invade a cabeça, o corpo, embala os pés / Delírio da massa, um fervo!"" Quem pensa que esses versos do samba-enredo da Mangueira falam apenas do frevo, que comemora cem anos de história, está enganado. Para a passista Rose Nascimento, que desfila há 14 anos na verde-e-rosa, esta é a descrição fiel da sensação cada vez que ela entra na Avenida defendendo as cores da Estação Primeira.

"Meu amor pelo samba veio da barriga da minha mãe, que já foi passista, baiana e diretora de ala da Mangueira", comenta Rose, de 34 anos, que é uma típica representante da comunidade: mora no Morro da Mangueira e dá aulas de natação na vila olímpica da escola. "Trabalho meu corpo o ano todo", diz.

Suas formas não a deixam mentir: Rose tem 1,70m e pesa 60 quilos. Na fita métrica, a morena também não faz feio. São 101 centímetros de quadril e 98 centímetros de busto. Tudo natural, frisa Rose. "Mas bem que eu gostaria de melhorar um pouquinho aqui, outro pouquinho ali", diz, rindo.

Em sua trajetória na Mangueira, pelo menos, um carnaval é inesquecível para Rose: o de 1994, quando estreou na verde-e-rosa já com um cargo de responsabilidade. É que naquele ano a morena foi eleita rainha de bateria da escola.

"Era o desfile sobre os Doces Bárbaros, que homenageava Caetano Veloso, Gilberto Gil, Gal Costa e Maria Bethânia. A Mangueira nem foi muito bem [a escola ficou em 11º lugar]. Mas, com certeza, foi um carnaval inesquecível para mim. Foi lindo desfilar à frente da bateria da minha escola. Uma emoção sem palavras", lembra Rose, que desde então nunca mais defendeu outra agremiação.

Homenagem ao frevo
Neste carnaval, a Mangueira vai encerrar as comemorações dos cem anos do frevo, festejados desde o dia 9 de fevereiro de 2007. O enredo da escola ("Cem anos de frevo. É de perder o sapato. Recife mandou me chamar...") é de autoria do carnavalesco Max Lopes, que está na verde-e-rosa desde 2001.

"A Mangueira é tradicional e eu também. É uma questão de estilo. Por isso, eu estou há oito anos lá. E o nosso enredo também pede uma roupagem clássica. Mas podem esperar um desfile alegre e irreverente", garante o carnavalesco.

Além da dança genuinamente pernambucana, a Mangueira lembrará outro importante centenário: o do cantor e compositor Cartola, ícone da verde-e-rosa. Max Lopes confirma a homenagem ao mestre mangueirense, mas faz segredo sobre como o autor de "As rosas não falam" vai ser reverenciado na Avenida no domingo de carnaval (3 de fevereiro). A Mangueira é a quinta escola a passar pela Marquês de Sapucaí.

Entre as personalidades que confirmaram presença no desfile da Estação Primeira, estão Maria Rita, Leandro Sapucahy, Luana Piovani , Débora Bloch, Betty Gofman, Carol Machado, Fernanda Torres e seu marido, o diretor de cinema Andrucha Waddington, Virna, Otávio Muller, entre outros nomes. Todos estarão juntos na Ala dos Artistas, fundada em 2000.

À frente da bateria de Mestre Taranta, vem a dançarina Gracyanne Barbosa. Ela promete uma fantasia pouco comportada para sua estréia na Mangueira.

"A fantasia terá um dégradé do rosa, que vai do claro ao rosa-choque", adianta Gracyanne, que sugeriu as medidas da roupa para 2008. "Não vai ser muito comportada", diz, rindo, a morena de 24 anos.

'Amor pelo samba vem da barriga da mãe'.


Fonte:

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Por:  Felipe Campos    |      Imprimir