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Premiê de Israel diz que moradores de Gaza terão que ir a pé

Israel mantém boicote a mantimentos, energia e combustível na Faixa de Gaza

O primeiro-ministro de Israel, Ehud Olmert, afirmou nesta segunda-feira (21) que os palestinos da Faixa de Gaza terão de sobreviver sem o combustível fornecido pelos israelenses para seus veículos enquanto militantes continuarem a disparar foguetes através da fronteira.

"No que me diz respeito, todos os moradores da Faixa de Gaza vão ter de andar a pé e vão ter de ficar sem gasolina para seus carros, e isso porque possuem um regime terrorista e assassino que não permite aos moradores do sul de Israel viverem em paz", disse Olmert, em um discurso. "O Hamas está agravando a crise em Gaza para dirigir pressão direta contra Israel", completou.

Israel fechou os postos de fronteira da Faixa de Gaza, território controlado pelo Hamas. Dessa forma, o governo israelense interrompeu o envio de combustível para os postos de gasolina e para a principal usina de força daquela região.

A Organização das Nações Unidas (ONU) e a União Européia (UE) conclamaram Israel a retomar o envio de combustível

O dirigente pacifista Yossi Beilin qualificou o bloqueio de "ato desumano, não judeu e ineficaz, que avivará politicamente o Hamas, que estava perdendo apoio nas ruas de Gaza".

Hospitais
Os hospitais da Faixa de Gaza têm reservas de combustível para dois ou três dias e começam a sofrer com a falta de alguns medicamentos, informou a Cruz Vermelha em Jerusalém.

A informação foi dada pela porta-voz do Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) em Jerusalém, Michele Mercier, para a agência de notícias "France Presse".

Segundo ela, as reservas necessárias para o funcionamento dos geradores das estações de água potável devem durar um ou dois dias.

"As reservas de medicamentos dos hospitais estão diminuindo. Alguns começam a faltar. Nada pode entrar ou sair. Será um grave problema se nosso caminhão que devia transportar remédios à Faixa de Gaza amanhã (terça-feira) não conseguir entrar", disse.

Desde quinta-feira, Israel impõe um bloqueio total à Faixa de Gaza e impede a passagem de combustível e qualquer produto, o que aumenta os temores de uma crise humanitária.

'Amor ao país'
Nove em cada dez israelenses estão dispostos a arriscar a vida pelo estado de Israel, pelo qual afirmam que estariam dispostos a lutar se o país se envolvesse em uma nova guerra, segundo o resultado de uma pesquisa divulgada nesta segunda.

O estudo do Grupo IDB, divulgado durante a Conferência Internacional de Herzliya (oeste de Israel), revela ainda que pouco mais de dois terços dos judeus israelenses se consideram patriotas.

O "amor ao país" foi o valor mais vinculado pelos entrevistados ao conceito de patriotismo (92%), seguido pela disposição de lutar por seu Estado (90,5%) e a língua hebréia (89%).

A pesquisa sobre o nível de patriotismo reflete que não houve mudanças significativas nos últimos anos no perfil nem no número dos que se definem como patriotas.

No entanto, diminuiu a percepção de que Israel é um Estado melhor que os outros e de que os judeus israelenses se sentem mais orgulhosos de sua identidade cultural que de sua cidadania, segundo a pesquisa.

Os israelenses mais patriotas têm mais de 45 anos, são religiosos, mas não ultra-ortodoxos, e pertencem a todas as principais facções políticas: trabalhistas, conservadores e ultranacionalistas.

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Por: Felipe Campos | Imprimir