Categoria Economia  Noticia Atualizada em 23-01-2008

Copom mantém novamente juros em 11,25% ao ano
Essa é a terceira reunião consecutiva de estabilidade dos juros.
Copom mantém novamente juros em 11,25% ao ano
Foto: www.g1.com.br

Em meio a temores sobre uma possível recessão na maior economia do mundo, os Estados Unidos, e a fortes oscilações nas bolsas de valores, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central brasileiro se reuniu nesta terça e quarta-feiras (22 e 23) e optou, de novo, por manter a taxa básica de juros estável em 11,25% ao ano. A decisão foi unânime.

Essa é a terceira reunião consecutiva na qual o Copom não mexe na taxa Selic que, mesmo assim, permanece no nível mais baixo da história. A decisão veio em linha com a previsão dos analistas do mercado financeiro, que prevêem a retomada dos cortes de juros somente em fevereiro de 2009 - momento no qual a taxa seria reduzida para 11% ao ano.

Também não foi estabelecido um viés para a taxa de juros, que, deste modo, deverá permanecer no mesmo patamar até o próximo encontro do Copom, marcado para 4 e 5 de março. Ao fim do encontro desta quarta, o BC divulgou a seguinte frase: "avaliando o cenário macroeconômico e as perspectivas para a inflação, o Copom decidiu, por unanimidade, manter a taxa Selic em 11,25% ao ano, sem viés. O Comitê irá acompanhar a evolução do cenário macroeconômico até sua próxima reunião, para então definir os próximos passos na sua estratégia de política monetária".

  • Federal Reserve
    A reunião do Copom acontece um dia após o Federal Reserve (o BC norte-americano) ter anunciado redução em sua taxa básica em 0,75 ponto percentual, de 4,25% para 3,50% ao ano.

    Segundo o estrategista de investimentos do banco WestLB do Brasil, Roberto Padovani, o BC brasileiro está mais preocupado, neste momento, com o aumento da inflação no mercado interno e, neste caso, a decisão do BC dos EUA não teria muita influência.

    "Em tese, é bom no médio prazo", disse ele ao G1, explicando que juros menores nos Estados Unidos contribuem para arrefecer uma eventual pressão por subida do dólar no Brasil - que tenderia a aumentar a inflação.

  • Decisões do Copom
    O Copom orienta suas decisões tendo por base o sistema de metas de inflação. Para este ano e para 2009, a meta central é de 4,5% com um intervalo de tolerância de dois pontos percentuais para cima ou para baixo.

    Deste modo, o IPCA, utilizado como referência pelo BC, pode ficar entre 2,5% e 6,5% nestes dois anos sem que a meta seja formalmente descumprida. Quando sobe os juros, o BC impede o crescimento dos gastos da população e, conseqüentemente, atua para conter a inflação. Ao baixá-los, estimula o consumo.

  • Fatores
    Para definir os juros básicos da economia, o BC analisa, além do cenário externo, outros fatores que possam ter impacto na trajetória inflacionária, como o preço do petróleo (que está em alta); o uso do parque industrial (que está em nível recorde) e os impactos de reduções de juros efetuadas anteriormente e que demoram alguns meses para terem impacto pleno na economia.

    A manutenção dos juros pelo BC, e a previsão do mercado de novas reduções somente em 2009, são motivadas justamente pelo aumento dos preços, que está sendo puxado, principalmente, pelos alimentos e pelo setor de serviços.

    Antes da reunião do Copom realizada no início de dezembro, por exemplo, a expectativa do mercado financeiro era que o IPCA ficasse em 4,10% em 2008. Na semana passada, porém, a projeção já estava em 4,37%.

    Copom mantém novamente juros em 11,25% ao ano

    Fonte:

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    Por:  Gabriel Tanure Sad    |      Imprimir