Categoria Esportes  Noticia Atualizada em 28-01-2008

Líder, Ponte luta contra fama e quer mais
Clube quer deixar de ser 'cavalo paraguaio' e técnico aposta que time ainda pode aprontar
Líder, Ponte luta contra fama e quer mais
Foto: Agência

Nem os milhões de reais que saíram dos cofres do Palmeiras, muito menos o badalado São Paulo do Imperador Adriano ou as muitas contratações do Corinthians. Quem manda no Campeonato Paulista depois de quatro rodadas é a Ponte Preta. Líder com 100% de aproveitamento, a Macaca gasta pouco, aposta em uma reformulação geral da equipe e sonha em reviver o passado glorioso e chegar à sua quarta decisão estadual.

O sucesso repentino veio depois de uma mudança completa do time que terminou em 11° lugar na Série B do Brasileiro do ano passado: 16 jogadores foram dispensados e outros 12 contratados. A principal estrela do elenco se transformou no zagueiro César, ex-Portuguesa, Palmeiras e Corinthians. A força do interior também é demonstrada com o Guaratinguetá, vice-líder da competição. A Ponte tem 12 pontos e o Guará, nove.

- Não estou surpreso, não. É óbvio que compreendo que nem todos acompanharam a nossa formação, mas eu confiava neste grupo. A resposta é positiva e estou satisfeito. A função do técnico é escolher os jogadores e organizar. Mas o mérito todo é dos atletas - afirma o técnico Sérgio Guedes, ex-goleiro que só havia trabalhando como treinador em clubes menores, como Portuguesa santista, da A-2, e São Carlos, da A-3.

Após quatro rodadas, Ponte Preta é líder com 100%. E Guará é vice!
Sérgio, aliás, garante que a Macaca não tem um segredo para o início arrasador e prefere não elogiar nenhum setor como fundamental. O time tem o melhor ataque da competição, com 12 gols marcados: destaque para os três do meia Renato, um dos artilheiros do torneio, e os dois do centroavante Wanderlei, de apenas 19 anos.

- Não existe muita surpresa no futebol, o que muda é a dinâmica dos jogadores. Ou a gente faz o gol ou o adversário faz. Então, é preciso se organizar, preencher os espaços e ter espírito de liderança. A torcida tem nos ajudado muito também. É muita gente carregando junto para cima" acrescenta o técnico.

Apesar do apoio dos torcedores nos primeiros jogos, a Macaca ainda luta contra a desconfiança e da fama de "cavalo paraguaio". Em 2005, o time liderou por 11 rodadas o Campeonato Brasileiro, mas despencou na tabela e terminou apenas uma posição acima da zona do rebaixamento.

- Sou muito claro, a Ponte Preta pode muito mais do que isso. Já vivi isso na Ponte e é só um ajuste nas tradições. A Ponte nunca esteve para brincadeira, é uma paixão muito grande" completa o treinador, goleiro do clube nos anos 80.



Macaca reduz gastos para pagar dívidas
Mudar todo o elenco e reduzir a folha salarial não ocorre só pela má campanha na Série B do ano passado. A Macaca foi obrigada pela Justiça a depositar mais de R$ 100 mil mensais para quitar R$ 4 milhões de dívidas com fornecedores e outras ações.

A partir de abril de 2008, o valor passaria a ser R$ 130 mil reais. O clube, porém, vem conseguindo fazer acordos com os credores e reduzindo algumas dívidas em até 50%. Além disso, com cotas de patrocínio e o bom início na temporada, vem depositando cerca de R$ 180 mil reais.

Para completar, a torcida tem outro motivo para estar eufórica. O Guarani, rival da cidade de Campinas, amarga a zona de rebaixamento do Campeonato Paulista.

Líder, Ponte luta contra fama e quer mais. Clube quer deixar de ser 'cavalo paraguaio' e técnico aposta que time ainda pode aprontar.

Fonte:

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Por:  Felipe Campos    |      Imprimir