Em seu último discurso do Estado da União, o presidente George W. Bush não fez grandes revelações sobre economia
Foto: Tim Sloan/EFE Em seu último discurso do Estado da União, o presidente George W. Bush não fez grandes revelações sobre economia. Apenas admitiu que o período é de incertezas, mas pediu que os norte-americanos confiem no futuro econômico do país.
Na noite desta segunda-feira (terça-feira pelo horário brasileiro), Bush falou para os membros do Congresso no tradicional discurso realizado nos meses de janeiro e citou as eleições deste ano, ressaltando que é a chance para democratas e republicanos mostrarem que podem competir por votos e, ao mesmo tempo, colaborar na busca de resultados para os EUA.
Falando sobre a sua própria colaboração, voltou a pedir ao Congresso uma aprovação rápida do pacote de US$ 150 bilhões que propôs há dez dias para tentar contornar a crise. Fez um alerta ao Congresso ao dizer que qualquer aumento de impostos será vetado, e aos cidadãos norte-americanos, lembrando que eles devem equilibrar suas contas e que o governo deve fazer o mesmo.
Nas palavras do presidente, a perspectiva é de crescimento a longo prazo. Ele destacou ainda a importância do comércio com outros países e sua expectativa de que as negociações da Rodada de Doha sejam bem-sucedidas.
"Hoje nosso crescimento econômico depende cada vez mais de nossa capacidade de vender bens norte-americanos, colheitas e serviços em todo o mundo", afirmou.
O presidente citou como uma vitória o acordo de comércio fechado com o Peru no ano passado e falou sobre a expectativa de uma parceria com Colômbia, Panamá e Coréia do Sul.
No caso colombiano, ressaltou que o aliado sul-americano enfrenta um cenário de violência e pediu o apoio do Congresso para ratificar o acordo.
Neste ponto, também atingiu a Venezuela, ao dizer que a aproximação com a Colômbia ajudará a evitar a disseminação do "falso populismo" no continente.
"Temos de aprovar este acordo e mostrar aos nossos vizinhos na região que a democracia é o caminho para uma vida melhor", afirmou, em uma referência à Hugo Chávez, que não foi citado nominalmente.
Meio ambiente
Além da economia, tópico mais aguardado no discurso do Estado da Nação, nesta segunda-feira, nos EUA, o presidente George W. Bush também falou sobre outros temas, como saúde e imigração.
Fora do Congresso -- onde Bush proferiu seu discurso -- outros assuntos ligados aos Estados Unidos foram destaque, como as declarações de um dos principais diplomatas norte-americanos sobre os métodos que o país usa em interrogatórios.
O presidente do país que se recusa a assinar o protocolo de Kyoto incluiu o meio ambiente em seu discurso e ressaltou a importância de os EUA reduzirem a dependência de petróleo, criando novas fontes renováveis de energia.
Neste sentido, prometeu contribuir com US$ 2 bilhões nos próximos três anos para um fundo internacional destinado à criação destas novas tecnologias não-poluentes e combater a mudança climática, lembrando que países como China e Índia serão muito beneficiados pelos avanços no setor.
"Tentemos um acordo internacional que seja capaz de desacelerar, deter e, no final das contas, reverter o aumento dos gases que provocam o efeito estufa", pediu.
Para Bush, no entanto, o acordo só será viável "se incluir o compromisso das principais economias mundiais e não der 'carona' a ninguém", reforçando a tese norte-americana de que todos os países devem ter metas de redução de gases de efeito estufa.
Terrorismo
Mas foi ao discursar sobre o combate ao terrorismo e o apoio à liberdade nos países com regime autoritário que Bush ficou mais à vontade, enfatizando e repetindo uma promessa já ouvida em setembro de 2001, depois dos ataques ao World Trade Center em Nova York.
Ele afirmou que os terroristas foram atingidos e já estão saindo do Iraque e que os Estados Unidos estão mais seguros. Mas reconheceu que ainda há um trabalho a ser feito e que os norte-americanos esperam que o governo o faça. "Nós não vamos descansar até que este inimigo seja derrotado", destacou.
A respeito da saída das tropas norte-americanas do Iraque, Bush disse que vai agir de acordo com as informações do general Petraeus sobre a situação no país, descartando a retirada total dos soldados em curto prazo. Para ele, uma derrota ou enfraquecimento dos Estados Unidos naquele país abriria território para o fortalecimento da al Qaeda.
Bush afirmou que os EUA já evitaram outros ataques depois do 11/09, citando que até mesmo o edifício mais alto de Los Angeles seria alvo de terroristas. Elogiou o trabalho dos funcionários que conseguiram evitar os ataques, e lembrou que eles têm uma missão ainda mais importante, a de monitorar as comunicações dos terroristas.
O presidente também mandou um recado ao líder do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, dizendo que ele deve interromper o enriquecimento de urânio em uma ação supervisionada por organismos internacionais, deixar de apoiar o terrorismo internacional e oprimir o povo, para que as negociações possam ter início.
"A América vai enfrentar quem ameaçar nossas tropas. Vamos ficar do lado dos nossos aliados e defender nossos interesses vitais no Golfo Pérsico", avisou.
Bush falou ainda do apóio dos EUA à liberdade em países como Cuba, Zimbábue, Belarus e Mianmar.
Também afirmou que está na hora da "um Israel democrático e uma Palestina democrática conviverem lado a lado em paz."
*Com agências internacionais
Bush pede aprovação de pacote e confiança na economia dos EUA.
Fonte: http://noticias.uol.com.br
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