Categoria Ciência e Saúde  Noticia Atualizada em 29-01-2008

Alga brasileira tem substância que evitaria contágio do HIV
Pesquisadoras do Rio de Janeiro identificam substância que evitaria contágio pelo HIV
Alga brasileira tem substância que evitaria contágio do HIV

Uma alga marinha típica da costa brasileira pode esconder uma arma eficaz para o controle da transmissão do HIV, segundo pesquisadoras do Rio de Janeiro. O composto, quando transformado em gel e utilizado junto com a camisinha, pode ser uma proteção extra contra a Aids para as mulheres, que são mais vulneráveis ao contágio por via sexual .

A descoberta foi feita quase por acaso. Graças a uma aluna em comum, que insistiu em analisar as amostras, a professora de Biologia Marinha da Universidade Federal Fluminense Valéria Teixeira e a bióloga Izabel Paixão passaram a trabalhar juntas. Valéria ficou responsável por extrair a substância das algas Dictyota pfaffii, abundantes no litoral brasileiro. Izabel, por sua vez, fez os estudos de eficácia e toxicidade da substância.

O composto, o dolabelladienetriol, é bastante promissor, segundo Valéria Teixeira. "Não apenas é eficiente, mas é fácil de achar e bastante estável. Deixei amostras na geladeira por três anos e elas continuam puras", explicou ela ao G1. Esse alto prazo de validade torna a substância ideal para ser usada em forma de gel.

De acordo com Izabel Paixão, o dolabelladienetriol impede a multiplicação do vírus assim que ele entra dentro de uma célula. Sozinho, não é suficiente para assegurar que o contágio será evitado -- por isso, o uso da camisinha seguiria indispensável --, mas é uma medida de precaução extra. Mais ou menos como os espermicidas, usados em conjunto com o preservativo, para evitar uma gravidez indesejada.

No momento, Izabel coordena os testes em cobaias, para avaliar como a substância se comporta em um organismo. Até agora, os resultados são promissores. "O composto é tão seguro que estamos tendo dificuldade em identificar a dose letal", afirma.

A próxima fase envolve testar o gel em fêmeas de camundongos para comprovar sua eficácia contra o vírus. Esses testes devem todos ser feitos ao longo deste ano. Em mais um ou dois, se tudo der certo, devem começar os testes em seres humanos. Se a eficácia e segurança do medicamento forem comprovadas, ele deve ser colocado no mercado dentro de cinco anos.

Alga brasileira esconde arma que pode impedir a transmissão. Pesquisadoras do Rio de Janeiro identificam substância que evitaria contágio pelo HIV.

Fonte:

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Por:  Felipe Campos    |      Imprimir