Categoria Economia  Noticia Atualizada em 29-01-2008

Vendas de música digital crescem mais de 150% no Brasil
A venda de músicas digitais representa 15% da receita da indústria fonográfica mundial
Vendas de música digital crescem mais de 150% no Brasil
Foto: Reprodução

No Brasil, cada vez mais gente prefere comprar música pelo computador e pelo celular ou baixar a música na internet, só que nem sempre legalmente.

Uma busca rápida na rede e a música já está no computador. O publicitário Guto Araki acredita que só quem é muito fã sai de casa para comprar um cd. "Existe ainda assim um hábito nostálgico de ir a loja e comprar um cd", acredita.

Comportamento típico de quem se acostumou à realidade de um mundo virtual. "Hoje você não pode se restringir única e exclusivamente em ir à loja. Afinal de contas, o MP3 está ai", completa o publicitário.

15% do faturamento
A venda de músicas digitais representa 15% da receita da indústria fonográfica mundial. Em 2007, arrecadou US$ 2,9 bilhões, 40% mais do que no ano anterior. O rock adolescente de Avril Lavigne foi o maior sucesso da internet no ano passado.Utada Hikaru e Rihanna vieram logo atrás.

No Brasil, esse mercado cresceu 157% no ano passado, em relação a 2006. O faturamento quadruplicou e responde por 8% da arrecadação das indústrias nacionais, 76% graças a telefonia móvel. "Pelo celular você tem a facilidade de não precisar utilizar o cartão de crédito. Então com três toques você já está comprando música", diz o gerente de negócios da Vivo, José Guilherme Novaes.

O Brasil não faz um ranking das músicas mais procuradas. Mas, segundo as operadoras de telefonia móvel, a banda inglesa Queen e o cantor de hip hop Akon foram os mais procurados em dezembro. Ivete Sangalo deve ser a primeira cantora a receber um disco de ouro com uma música vendida pelo celular. São 50 mil cópias de Berimbau Metalizado em uma operadora.

Apesar dos recordes de downloads, a receita do comércio de músicas por celular ou pela internet não compensa a perda de faturamento provocada pela queda na venda de cds. A tecnologia que tornou possível esse mercado tem um lado "B", a pirataria.

Segundo a Associação Brasileira de Produtores de Discos, para cada música baixada legalmente da rede, outras 20 são cópias ilegais. A entidade quer que os provedores de acesso controlem os downloads dos clientes. "O mercado musical tem urgência para que os direitos de seus titulares sejam respeitados e preservados também e principalmente no mercado digital", diz Paulo Rosa, presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Discos.

João Marcelo Boscoli, diretor de uma gravadora, não acha que monitorar o internauta seja a melhor saída. Para ele, a indústria tem que encontrar outra forma de tornar o negócio da música lucrativo no terceiro milênio. "A sociedade já tomou essa decisão. Ela não esta disponível ou disposta a fazer uma compra de música pela internet. É uma mudança de era e a crise é importante porque você tem que derrotar, você tem que demolir um modelo pra construir outros modelos", acredita.

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Por:  Giulliano Maurício Furtado    |      Imprimir